Apresentações/Novidades

Renault Mégane RS Trophy ou a adrenalina das pistas para a estrada

Anterior recordista de Nurburgring para a sua classe, este Renault Mégane RS Trophy não trai as suas origens; as pistas de circuito. Um digno sucessor de desportivos do modelo, mas melhor do que eles, sem dúvida.

Naquela cor que convém – o amarelo Renault Sport – este Mégane Sport veste o ‘uniforme’ de corrida quase todo. Isto é, quase parece um TCR, mas sem o ser na verdade.

Fotos: Ricardo Cachadinha

Não existem aqueles ‘spoilers’ e ‘asas’ enormes que caracterizam os reis das corridas de turismos atuais, mas há diversos detalhes que chamam a atenção, como por exemplo as jantes exclusivas de 19 polegadas, aquelas pequenas saídas de ar nos guarda-lamas dianteiro e traseiro, que são também exclusivos, e que para além de espalhadores RenaultSport incluem o pequeno difusor traseiro onde se integra a ponteira de escape central.

Este ‘cartão de visita’, mais ou menos civilizado, tem alguma correspondência no interior. Dizemos alguma porque de facto este RS Trophy tem muitas semelhanças às mais ‘normais’ versões do Mégane. Isso começa no centro media info entretenimento central e prolonga-se aos mostradores, ainda que os pespontos vermelhos na pele, as ‘baqcuets’ Recaro dianteiras o volante R.S. ou os pedais em alumínio denunciem que estamos de um desportivo.

Claro que se dermos à chave percebemos logo a diferença pelo roncar do motor 1.8 litros turbo de injeção direta que anuncia uns elucidativos 300 cv. Uma potência apenas uns ‘pozinhos’ abaixo dos TCR de competição, que já agora têm caixa sequêncial, e não a tansmissão manual de que é dotado este Mégane RS Trophy. Dava jeito uma, nem que fosse um pouco mais ‘civilizada’.

Arrancamos e se carregarmos bem no acelerador, ficamos colados aos bancos, que, como é natural, são os adequados a esta versão pela sua envolvência. E é preciso estar preparado para ‘viver’ com eles no dia-a-dia. Compromissos.

Face a esta realidade quisemos ir com este bólide para um cenário onde se enquadrasse melhor. O Kartódromo de Baltar era o ideal e aí fomos. Umas voltinhas e depressa percebemos a enorme qualidade do chassis e o excelente comportamento dinâmico, mesmo a ‘apertar’ um bocadinho com este Renault, que tem na sensibilidade da sua direção um das suas maiores virtudes.

O sistema 4Control contribuiu também para o seu desempenho muito são nas transferências de massas, e o facto de já não possuir um propulsor de 2.0 litros (o antigo já acusava o peso dos anos) permite ao Mégane RS Trophy ser despachado a partir dos regimes médios – os 300 cv deste 1.8 só só são atingidos às 6.000 rpm.

No modo Sport ou Race mostrou eficácia, superou os seus antecessores – mesmo no segundo modo de condução em que a traseira fica muito solta – ainda que o mercado reclame rivais à altura, vindos eles da Alemanha ou Japão. Os outros modos de condução, Confort e Neutro, são mesmo coisa para se utilizar num percurso casa-trabalho, mas isso já temos nas outras versões do Mégane.

Para registo fica o facto de que, com a caixa manual de seis velocidades este Mégane RS Trophy precise de 5,7 segundos para ir de 0 a 100 km/h para uma velocidade máxima de 260 km/h.

Gostaríamos de perceber o que poderá fazer dotado da alternativa transmissão automática de seis velocidades e de dupla embraiagem. Só que aí, em vez dos 52.433 euros pedidos pelo exemplar ensaiado (o preço da versão começa nos 48.300 €)poderemos estar a falar de algo mais perto dos 55.000 euros.

 

Em destaque

Subir