O presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) responsabilizou hoje o partido no poder, a Frelimo, pelo assassínio de um observador eleitoral na província Gaza, sul de Moçambique.
“Quando nós dizemos que a Frelimo é um grupo de criminosos, muitos não nos entendem: mataram um cidadão, que fazia parte da sociedade civil e que podia ajudar Moçambique”, disse Ossufo Momade, falando num comício no posto administrativo de Namapa, na província de Nampula, norte de Moçambique, no decurso da campanha eleitoral.
Para o líder do principal partido de oposição em Moçambique, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder desde a independência do país, em 1975, não está interessada na democracia.
“Aqueles [a Frelimo] não querem democracia em Moçambique. Eles mataram o nosso irmão, mas não mataram os moçambicanos. Os moçambicanos querem a democracia”, frisou Ossufo Momade.
A Polícia da República de Moçambique (PRM) anunciou na terça-feira, numa declaração à imprensa pelo seu porta-voz, em Maputo, que o homicídio terá sido perpetrado por um grupo de quatro agentes e um civil, referiu, sem adiantar as possíveis motivações.
Segundo o boletim da organização não governamental Centro de Integridade Pública (CIP), dois dos suspeitos morreram num acidente que envolveu a viatura em que os cinco fugiam do local do homicídio, na cidade de Xai-Xai, capital da província de Gaza.
O comandante-geral da PRM suspendeu os comandantes da subunidade de Intervenção Rápida e da Companhia do Grupo de Operações Especiais, em Gaza, a que pertenciam os suspeitos e foi criada uma comissão de inquérito para, no prazo, de 15 dias “apresentar um relatório pormenorizado sobre o facto”.
Anastácio Matavel foi baleado mortalmente por um grupo que o perseguiu, na segunda-feira, quando conduzia a sua viatura.
A ocorrência foi registada pelas 11:00 (menos uma hora em Lisboa) depois de o ativista sair de uma formação de observadores onde fez a abertura da sessão.
Numa conferência de imprensa hoje em Maputo, através de André Magibire, secretário-geral do partido, a Renamo repudia de forma “veemente o assassínio bárbaro” de Anastácio Matavel, exigindo demissão do ministro do Interior face aos indícios de envolvimento de agentes da polícia no assassínio.
Além da Renamo, países e organizações não-governamentais moçambicanas e estrangeiras repudiaram o assassínio do observador.
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