Mundo

Renamo apresenta queixa-crime contra órgãos eleitorais moçambicanos

A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, apresentou uma queixa-crime na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra agentes dos órgãos eleitorais por alegada manipulação do recenseamento eleitoral na província de Gaza, disse hoje à Lusa fonte do partido.

“Entendemos, fundadamente, que os dados do recenseamento eleitoral na província de Gaza resultaram de uma manipulação de dados demográficos e por isso apresentamos queixa-crime na PGR”, disse Venâncio Mondlane, mandatário da Renamo junto dos órgãos eleitorais.

A queixa é dirigida aos membros do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) e da Comissão Nacional de Eleições (CNE) ao nível da província de Gaza e ao nível central, que o Ministério Público identificar como culpados de manipulação dos resultados do recenseamento, afirmou Mondlane.

“Politicamente, já imputámos responsabilidades ao diretor-geral do STAE [Felisberto Naife], criminalmente, os responsáveis serão apurados pelo Ministério Público, através de uma auditoria independente”, acrescentou.

A Renamo contesta o facto de a província de Gaza ter registado mais de 70 por cento da sua população para as eleições gerais de 15 de outubro, quando os dados do Recenseamento Geral da População indicam que mais de metade da população do país é jovem com menos de 18 anos, idade mínima para votar.

Dados divulgados pela CNE indicam que aquela província alcançou mais de 100 por cento dos eleitores previstos, ao registar 1.166.011 pessoas.

Em termos de distribuição de mandatos para a Assembleia da República (AR), os mapas indicam que Gaza ganha oito mandatos contra 14 em 2014, ano de realização das últimas eleições gerais.

Gaza é um círculo eleitoral que sempre votou esmagadoramente a favor da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder.

Em destaque

Subir