Nas Notícias

Relvas admite voltar à política: “Já vimos Cristo descer à terra”

Miguel Relvas entende que Portugal precisará de ‘pagar mais’ para ter ‘melhores’ políticos. O antigo governante mostra-se preocupado com o rumo que a política tem tomado no país. “Hoje em dia, a vida política é pouco atrativa”, salienta, não colocando de parte o cenário de regresso: “Já vimos Cristo descer à terra.”

“Devo dizer que há algo que me preocupa hoje: o estatuto remuneratório dos políticos, toda a pressão que existe sobre a vida política”, explica o antigo ministro.

E acrescenta: “Devemos fazer uma reflexão sobre se os melhores estão a vir para a vida política. A sensação que tenho em relação às novas gerações – tenho uma filha com 25 anos -, há hoje um distanciamento da política que tem muito a ver com a abordagem da caça ao homem, da facilidade com que se abate quem está na vida política, também o estatuto remuneratório, que leva a que os melhores do país se dediquem a outras áreas.”

Caso contrário, diz Relvas, “dificilmente vamos buscar pessoas que tenham qualidade, que tenham condições de servir o seu país – e que não o fazem, porque têm compromissos, vidas familiares.”

“Na vida política não podemos seguir pela via dos serviços mínimos. Temos que ser capazes de ir buscar os melhores. Hoje em dia, a vida política é pouco atrativa”, analisa Miguel Relvas.

Em entrevista à Renascença e ao ao jornal Público, o antigo ministro propõe que os salários dos agentes políticos sejam de acordo com a média dos cinco anos anteriores às funções.

“O salário de quem está na vida política tem que ser proporcional àquilo que ganhou nos últimos cinco anos anteriores ao desempenho de funções.”

Afastado da vida pública desde que deixou o então Governo de Passos Coelho, na sequência de uma polémica com a sua licenciatura, Miguel Relvas diz não estar aborrecido por não estar nos corredores políticos.

“Não vivo frustrado por não estar na vida política”, disse, não negando um possível regresso.

“Nunca se deve dizer que não. E como já vimos Cristo descer à terra…”, referiu, finalizando.

“O que lhe posso dizer é que sou feliz com o que faço, gosto do trabalho que tenho.”

Em destaque

Subir