O Reino Unido está a bloquear o plano comunitário de distribuição de refugiados, mas Portugal tem uma “obrigação” a cumprir, no entender da presidente do Conselho Português para os Refugiados. Por razão “ética e moral”, Portugal deve acolher 700 migrantes, diz Teresa Tito Morais.
A União Europeia continua longe de saber o que fazer com os milhares de migrantes ilegais que tentam atravessar o Mediterrâneo, sobretudo pela posição de intransigência do Reino Unido quanto ao sistema de quotas, mas Portugal continua a ter uma “obrigação” a cumprir.
Quem o diz é Teresa Tito Morais, a presidente do Conselho Português para os Refugiados (CPR).
O “novo desafio” que se coloca ao país é saber como responder, em articulação com outros países, aos problemas da migração ilegal.
Segundo Teresa Tito Morais, citada pela Lusa, “Portugal não poderá ficar indiferente ao drama que se está a passar no Mediterrâneo” e tem a “obrigação ética e moral” de acolher 700 refugiados em situação de emergência.
De acordo com a dirigente do CPR, o país tem de “responsabilizar-se conjuntamente com os outros Estados europeus a tomar medidas urgentes de acolhimento de pessoas que estão com necessidade de proteção internacional”.
A Comissão Europeia definiu um plano de distribuição dos migrantes pelos Estados membros através de um sistema de quotas, que previa para Portugal o acolhimento de 704 dos mais de 20 mil refugiados.
Porém, este mecanismo de emergência europeu está a ser bloqueado pelo Reino Unido, o país que, a par da Irlanda e da Dinamarca, beneficia de uma cláusula de exceção a determinados tratados europeus.
“Cabe agora a esses países decidir se fazem parte ou não do sistema de solidariedade”, reconheceu, ontem, Federica Mogherini, a Alta Representante da União Europeia para a Política Externa e de Segurança.