O avanço dos jihadistas sunitas agravou a guerra civil no Iraque, onde já existem mais de 1,2 milhões de refugiados, nas contas da ONU. O primeiro-ministro anunciou um perdão para os civis que pegaram em armas, dias depois do EIIL ter proclamado um Califado com território iraquiano.

Há uma guerra civil a grassar no Iraque, onde o regime se tem mostrado impotente para conter a rebelião da fação sunita. Os grupos jihadistas (soldados da guerra santa) têm assegurado o domínio de várias regiões e partes do território iraquiano integram o Califado islamita que o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) proclamou no domingo.

Este conflito está a tornar-se dramático para a população, com mais de 1,2 milhões de pessoas a terem de procurar refúgio. Este é o número avançado pela ONU, hoje revelado por Valerie Amos, secretária-geral adjunta para os Assuntos Humanitários.

“As famílias necessitam urgentemente de água, comida, alojamento, saúde, saneamento e proteção contra violência. As crianças são especialmente vulneráveis à aparição de doenças e à desnutrição”, alertou a responsável, em comunicado.

As contas da ONU referem também a contribuição saudita de 500 milhões de dólares (mais de 366 mil euros) para fazer frente às necessidades humanitárias dos iraquianos, apelando à solidariedade de mais países.

Os números foram revelados no mesmo dia em que o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al Maliki, admitiu conceder uma amnistia aos civis sunitas que pegaram em armas e que se mostrem arrependidos.

Este perdão não é extensível ao EIIL, que tem vindo a cimentar o domínio sobre territórios iraquianos e da Síria, tornando-se no principal foco de ameaça na região.

Refira-se que Nuri al Maliki é um primeiro-ministro a prazo: assim que o Parlamento eleja um novo presidente (ontem falhou a primeira tentativa de consenso para obter o mínimo de votos), será marcada uma eleição presidencial, após a qual será formado um novo Governo.