Economia

Reestruturação da TAP é “uma espécie de strip-tease”, desabafa o ministro

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, afirmou que o plano de reestruturação da TAP é “uma espécie de strip-tease” da empresa, devido à quantidade de informação que tem sido tornada pública.

O desabafo do ministro foi feito no Parlamento, a propósito do diferendo entre Pedro Nuno Santos e António Costa.

Recorde-se que o ministro pretendia levar o plano ao Parlamento, mas foi impedido de o fazer pelo primeiro-ministro.

Solicitado por vários deputados a abordar o assunto, Pedro Nuno Santos salientou que houve reuniões com os partidos para dar a conhecer o plano de reestruturação da TAP, garantindo assim que a tutela tem disponibilizado toda a informação possível.

Devido a essa quantidade de informação que tem sido divulgada, o plano de reestruturação tornou-se numa “uma espécie de strip-tease” da TAP, desabafou então o ministro.

A reestruturação tornou-se obrigatória porque a TAP “cresceu demasiado depressa”, segundo Pedro Nuno Santos.

“Isso provocou uma travagem muito mais brusca que aquela que seria necessária caso não tivéssemos tido nos últimos anos um crescimento tão acelerado quanto foi. Isso foi um erro tremendo e grave, provocado pela gestão privada”, argumentou.

Os cortes salariais e os despedimentos são pontos fulcrais do plano, com Pedro Nuno Santos a frisar que “em nenhum momento se quis ignorar os trabalhadores”.

Os sindicatos têm feito duras críticas à reestruturação prevista, o que levou o ministro a explicar que o atual quadro permite “poucos graus de liberdade no que diz respeito à restruturação com custos laborais que temos de fazer”.

O governante esclareceu ainda que o cenário de insolvência da TAP foi estudado, mas descartado porque teria “graves consequências” para a economia portuguesa.

O plano de reestruturação, enviado quinta-feira à Comissão Europeia, prevê o despedimento de 500 pilotos, 750 tripulantes de cabine, 450 trabalhadores da manutenção e engenharia e 250 das restantes áreas, assim como uma redução de 25 por cento da massa salarial do grupo e do número de aviões que compõem a frota da companhia, de 108 para 88.

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