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Rede de farmácias terá serviços mais alargados, promete o ministro da Saúde

farmacias serviços alargadosEm resposta ao desejo da nova bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, que defende a cooperação entre profissionais de saúde, o ministro da Saúde prometeu integrar mais os farmacêuticos nas equipas de saúde e alargar o leque de serviços prestados pelas farmácias.

A garantia de Adalberto Campos Fernandes foi dada durante a cerimónia de tomada de posse de Ana Paula Martins, a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos para o triénio 2016-2018.

A responsável desafiou a tutela a colocar o paciente no centro das atenções, promovendo a cooperação entre os profissionais de saúde em vez da competição, tendo apresentado propostas nesse sentido: medidas de maior garantia da segurança dos medicamentos, maior envolvimento dos farmacêuticos no sistema de saúde (com a integração destes nas equipas familiares) e aumento dos serviços disponibilizados nas farmácias comunitárias.

“São três pilares essenciais”, considerou a nova bastonária: “O primeiro é a rede de farmácias, às quais falta ligação com sistema de saúde, o segundo [passa pelas] farmácias hospitalares, pois é preciso renovar, é preciso uma carreira farmacêutica, um internato farmacêutico, e o terceiro prende-se com as associações de doentes, trabalhar com eles e encontrar caminhos comuns para que ganhem maior autonomia”.

Segundo Ana Paula Martins, a expansão dos serviços desenvolvidos pela rede de farmácias, que tem vindo a ser debatida com a tutela, engloba as áreas da adesão à terapêutica, dispensa de medicamentos para o HIV, situações de necessidade de proximidade e áreas de prevenção da doença.

Um farmacêutico no centro de saúde? “Dificilmente”

O desafio foi aceite pelo ministro, mas mediante as condições. Adalberto Campos Fernandes ficou satisfeito com a proposta de integrar os farmacêuticos nas equipas familiares, devido à “perspectiva de maior inclusão do farmacêutico comunitário no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a sua integração na equipa de família”, mas salientou que a possibilidade de haver um farmacêutico nos centros de saúde, como desafiou a bastonária, “dificilmente será possível concretizar”.

“É muito importante que haja informação nos serviços hospitalares e nos centros de saúde, vale a pena apostar na avaliação dos efeitos que os medicamentos têm”, defendeu Ana Paula Martins.

“Os farmacêuticos devem contactar os médicos e procurar a melhor forma de o medicamento ser bem utilizado e é preciso um entendimento claro com os médicos, para não duplicar funções. Não há necessidade. Os portugueses precisam de todos”, complementou a bastonária.

Foi nesse sentido que a responsável defendeu um maior envolvimento dos farmacêuticos nos hospitais e centros de saúde, citando um estudo recente para lembrar que, por ano, são internadas 84 milhões de pessoas devido aos efeitos adversos dos medicamentos, responsáveis por uma mortalidade estimada em 400 mil pessoas por ano e uma responsabilidade direta de dez por cento dos custos associados à prestação de cuidados de saúde.

O ministro aproveitou para elogiar a figura do farmacêutico, que muitas vezes é o primeiro contacto do utente com o sistema de saúde, para lembrar que o setor foi dos mais penalizados pelos cortes sofridos nos últimos anos.

“Foi um dos que mais ajudou, senão o que mais ajudou, à contenção da despesa do sistema de saúde”, argumentou Adalberto Campos Fernandes.

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