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Recursos naturais geram 30 por cento da riqueza da Guiné-Bissau

Um estudo desenvolvido pelo Banco Mundial concluiu que 30 por cento da riqueza da Guiné-Bissau provem diretamente dos recursos naturais, quando na Europa, aqueles recursos apenas geram 2 por cento da riqueza, constituindo-se um caso raro no mundo.

Giovani Ruta, economista ambiental do Banco Mundial, baseado em Washington, mas que participou na elaboração do estudo, indicou que as consultas incidiram sobre os setores de agricultura, pescas, turismo e mineração, todos diretamente ligados aos recursos naturais, enquanto capital natural, disse.

O economista ambiental do Banco Mundial destaca que a agricultura depende dos solos e das florestas, a pesca depende dos mangais e dos recursos marinhos costeiros, a mineração depende dos recursos no subsolo e o turismo vive da biodiversidade e da beleza natural do país. Tudo somado, representa 30 por cento da riqueza guineense, frisa Ruta.

As conclusões do estudo sobre o conceito Crescimento Verde Inclusivo, recentemente apresentados ao Governo guineense, apontam caminhos a serem percorridos.

O Crescimento Verde Inclusivo é um conceito descrito pelo Banco Mundial como sendo, um crescimento que combina os objetivos ambientais com a produtividade, criação de emprego, adoção tecnológica, competitividade, procura do valor acrescentado, mas sempre evitando os impactos negativos nomeadamente as práticas insustentáveis.

Entre outras medidas, o estudo propõe que sejam aceleradas reformas políticas para atingir metas realistas e sustentáveis, divisão das zonas agrícolas, resolver o problema do conflito no uso das terras de cultivo, fortalecer a monitoração das licenças de pesca, maior envolvimento da sociedade civil na fiscalização dos recursos mineiros e ainda ajudar o executivo na aplicação da legislação no setor.

Tudo isso feito, o especialista do Banco Mundial acredita que a Guiné-Bissau terá condições de criar “mais e melhores empregos”, porque, disse, passará a ter uma agricultura mais produtiva, uma pesca mais respeitadora da legislação da captura de espécies, haverá transformação local do pescado e o país terá teria “mais crescimento, priorizando ações com uma lente”, enfatizou.

A representante do Banco Mundial na Guiné-Bissau, Kristina Svessson, enalteceu o facto de o país “possuir um capital natural, um dos mais altos de África” para destacar ser uma oportunidade que “é preciso tratar para gerar recursos de forma sustentável” para que possam servir até para as gerações vindouras, disse.

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