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Recursos humanos não acompanham ritmo de crescimento de Macau

O secretário para os Transportes e Obras Públicas de Macau, Raimundo do Rosário, afirmou hoje existirem poucos recursos humanos no território para dar resposta aos projetos milionários de investimento público.

“É difícil acompanhar o ritmo de crescimento (…) Não temos os recursos humanos em quantidade e com a experiência necessária e desejável para responder de forma ideal ao acelerado processo de desenvolvimento que se tem registado”, disse Raimundo do Rosário, durante a apresentação setorial das Linhas de Ação Governativa (LAG) para 2019 na Assembleia Legislativa de Macau.

Com pouco mais de 30 quilómetros quadrados e uma das maiores densidades populacionais do mundo, Macau tem atualmente “44 obras em curso e 33 projetos com obras avaliadas em mais de 100 milhões de patacas (cerca de 11 milhões de euros)”, detalhou o secretário.

O metro ligeiro, idealizado há mais de dez anos e alvo de várias derrapagens orçamentais, e o futuro hospital das Ilhas, o segundo hospital público daquela região administrativa especial chinesa, são das principais obras públicas em curso na cidade.

Na apresentação dos trabalhos para o próximo ano, Raimundo do Rosário reiterou que a primeira linha do metro deverá entrar em funcionamento em 2019, com 11 estações e uma extensão de cerca de nove quilómetros, na ilha da Taipa.

“Com as obras praticamente concluídas, esperamos inaugurar no próximo ano a primeira linha do metro ligeiro (…) com zero emissões de gases poluentes, que aliviará o trânsito (…) ao mesmo tempo que contribuirá para a redução da poluição atmosférica”, declarou.

Simultaneamente, o Governo vai “continuar a trabalhar na expansão da rede do metro (…) e iniciar as obras de construção da quarta ponte (entre a península de Macau e a ilha da Taipa)”.

Em setembro, uma auditoria à construção do metro de superfície concluiu que as autoridades de Macau já adjudicaram trabalhos no valor de 1,4 mil milhões de euros, mas que apenas menos de metade das linhas estão concluídas.

Quanto ao Hospital Geral do Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas, na faixa de casinos do Cotai, o secretário prometeu dar informações sobre os concursos públicos já na próxima semana. A infraestrutura está planeada desde 2009.

Para 2019 está também previsto um novo concurso para a atribuição de mais de 4.000 frações económicas, anunciou o secretário, acrescentando que será criado um serviço eletrónico para a entrega das candidaturas.

Os concursos de acesso à habitação pública, social e económica, não se realizam desde março de 2014, altura em que mais de 42 mil pessoas apresentaram uma candidatura para a compra de 1.900 frações. O acesso à habitação, devido aos elevados preços praticados no mercado imobiliário, motivados pela escassez de terrenos, constitui um dos principais motivos de descontentamento da população.

O secretário garantiu ainda que a sua tutela vai continuar a promover os trabalhos relacionados com a renovação urbana e que será lançada, em 2019, uma consulta pública sobre a matéria.

No entanto, sublinhou, “para obter resultados, é preciso reunir consensos e gerir diferentes interesses e vontades”.

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