Nas Notícias

Recomeço dos combates no noroeste da Síria lança pânico entre população

O recomeço dos combates no noroeste da Síria após um breve cessar-fogo lançou “pânico total” entre a população, declarou hoje um responsável da ONU, aconselhando Damasco a não “jogar com o fogo”.

Cerca de três milhões de pessoas vivem na província de Idlib, último bastião insurgente que ainda escapa ao controlo do regime do Presidente Bashar al-Assad, oito anos depois do início da guerra.

À medida que o exército sírio avançava e recuperava mais de 60 por cento do território, graças ao apoio da Rússia e do Irão, a região de Idlib ia recebendo os cidadãos que não queriam ficar sob o domínio de Damasco.

“Estas pessoas não sabem para onde ir”, declarou o responsável humanitário da ONU para a Síria, Panos Moumtzis, lembrando que não existe qualquer outra zona controlada pela oposição.

“Espalhou-se novamente um pânico total”, disse aos jornalistas, após ter participado numa reunião em Genebra, incluindo representantes do Rússia, que retomou os bombardeamentos no sul de Idlib.

Segundo Moumtzis, “é como jogar com o fogo” e teme-se que a situação fique “fora de controlo”.

De acordo com a ONU, só nos últimos três meses, mais de 400.000 pessoas estão deslocadas no interior da província.

Foram feitos preparativos para cerca de 900.000 deslocados, mas não para fazer face a uma ofensiva que poderá afetar toda a população de Idlib, sublinhou Moumtzis.

O grupo ‘jihadista’ Hayat Tahrir al-Sham (HTS, ex-braço sírio da Al-Qaida), controla desde janeiro a maior parte da província de Idlib e zonas das províncias vizinhas de Alepo, Hama e Latákia.

Há uma semana, Damasco anunciou uma trégua na região depois de mais de três meses de bombardeamentos quase diários, juntamente com o seu aliado russo, que mataram mais de 790 civis, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

Mas no sábado o HTS recusou retirar os seus homens de uma zona tampão na região de Idlib, a condição posta por Damasco para o cessar fogo, e na segunda-feira o governo anunciou o fim das tréguas e o recomeço dos ataques contra os ‘jihadistas’.

A guerra na Síria já causou mais de 370 mil mortos e milhões de deslocados e refugiados desde que foi desencadeada em 2011.

Em destaque

Subir