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Recessão provoca “crise demográfica”: Geógrafo contabiliza “entre 80 a 100 mil” pessoas a emigrar

A crise em Portugal está a ter reflexos na demografia. Jorge Malheiros, geógrafo que assinou o relatório da OCDE sobre migrações, salienta as “entre 80 mil a 100 mil saídas por ano, desde 2010” e revela que “já há sintomas de crise demográfica em Portugal”.

Quantas pessoas saem de Portugal em busca de trabalho ou por qualquer outro motivo? O recente relatório sobre as migrações, realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), estima que em 2011 tenham sido 44 mil pessoas, quase o dobro das 23 mil saídas registadas em 2010. Esta avaliação teve o contributo de Jorge Malheiros, um geógrafo que tem uma visão mais abrangente: Portugal estará a perder entre 80 a 100 mil habitantes por ano.

“Os números do relatório são os fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística, que contabiliza apenas as saídas superiores a um ano, sendo que mesmo nessas há um erro de amostra”, sustenta Jorge Malheiros, para quem o ritmo da emigração situa-se “entre 50 a 60 mil” pessoas por ano. Há ainda os casos, acrescenta, da “emigração temporária”, uma saída por um prazo inferior  a um ano, pelo que “os números andarão à volta de 80 a 100 mil saídas por ano”.

O número de residentes em Portugal “mantém-se nesta ordem de valores pelo menos desde 2010” e “2013 não será diferente”, mas o futuro é sombrio. Com mais gente a sair e menos a entrar, Jorge Malheiros é “obrigado a reconhecer que, nesta altura, já há sintomas de crise demográfica em Portugal”.

“Há já, de facto, uma redução do número de trabalhadores estrangeiros em Portugal, só compensada pelo aumento dos estudantes”, reforça o especialista que colaborou no estudo da OCDE, salientando que o aumento da imigração em 30 por cento, exibido no relatório, não é real: no ano em causa, 2011, houve “uma alteração na forma de cálculo”. Para se aferir a imigração está a diminuir, no mesmo relatório constam autorizações de residência: das 50.700 de 2010 para as 45 mil em 2011.

Jorge Malheiros argumenta ainda que, tal como refere o próprio relatório da OCDE, o fluxo migratório é difícil de contabilizar, sobretudo quando ocorre dentro da União Europeia, onde existe a livre circulação de pessoas.

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