Laboratório farmacêutico incentivava clínicos do Serviço Nacional de Saúde a receitar determinados medicamentos, entregando, como compensação, dinheiro, Playstations e até bilhetes para o Benfica. Três médicos estão a ser investigados, mas os crimes de corrupção ativa praticados pelo laboratório prescreveram…
Os crimes terão sido cometidos entre 2005 e 2007. Envolvem três médicos, que eram encorajados a receitar determinados fármacos, recebendo prémios: dinheiro em envelopes, bilhetes para jogos de futebol, viagens e até consolas de jogos. Quanto mais receitassem, maior era a compensação aos clínicos e o lucro dos laboratórios.
Trata-se de um procedimento que encerra o crime de corrupção ativa, por parte dos laboratórios, mas que já prescreveu. Um dos denunciantes revelou que esta era uma “estratégia comercial” do laboratório, para premiar os médicos que mais lucros dessem.
E os médicos ‘amigos’ –que optassem pelos fármacos daquele laboratório e receitassem em maior quantidade – eram os mais premiados. Um médico de clinica geral do Centro de Saúde de Viseu recebeu uma Playstation em troca de grandes dosagens de medicamentos para tratar doenças cardiovasculares, diabetes, entre outras.
Há testemunhos de entregas de valores, em envelopes, na ordem dos 500 e 600 euros, como contrapartida para a prescrição de cinco genéricos desse laboratório. A médica que recebeu este dinheiro exigiu que a contrapartida fosse esta e em numerário.
A denúncia foi feita por um delegado de informação médica, em 2010, que levou ao procedimento de investigação por parte do DIAP de Coimbra. No entanto, estes crimes – de corrupção ativa por parte do laboratório e passiva por parte dos médicos – ficará sem pena.
