O realizador Ritesh Batra, que dirigiu o filme “A Lancheira”, disse à Lusa que se vive um bom momento na indústria cinematográfica da Índia, embora afirme que seja necessária “mais variedade e escolha”, além do modelo de ‘Bollywood’.
“Em muitos aspetos, este é um bom tempo para se ser um cineasta indiano, mas é importante assumir riscos e fazer coisas que tragam à plateia variedade e escolha. E, na Índia, ainda se luta bastante com isso”, afirmou Ritesh Batra, em entrevista à agência Lusa, à margem do FEST – Novos Realizadores Novo Cinema, em Espinho.
O realizador de “A Lancheira”, filme que em 2013 lhe trouxe reconhecimento internacional, e do recente “Photograph”, ainda por estrear nas salas portuguesas, gostaria que “mais e mais realizadores pudessem fazer filmes diferentes” da norma de ‘Bollywood’, admitindo que essa mudança “leva tempo”.
Aos 40 anos, Batra vive em Nova Iorque e, em “Photograph”, pôde voltar a realizar um filme escrito por si mesmo, depois de “Nós, ao Anoitecer” e de “O Sentido do Fim”, ambos adaptações de livros, estreados em 2017.
“O que me motivou para este trabalho [‘Photograph’] foi ter escrito a última cena em primeiro lugar. É a história de um rapaz pobre e de uma rapariga rica, que passam tempo juntos. Fiquei curioso, ao escrever o fim, de saber quem eram estas pessoas e por que razão passavam tanto tempo juntas”, explicou.
A obra levou-o de volta a Mumbai, o palco de “A Lancheira”, e fala de um fotógrafo de rua que, pressionado pela família a casar-se, convence uma desconhecida a deixar-se fotografar, como se fosse sua noiva. O encontro de acaso dá origem a uma ligação entre ambos, que desafia as expectativas.
Depois de uma receção “muito calorosa” desde a estreia, no festival de Sundance, nos Estados Unidos, em janeiro, “Photograph” tem cumprido o propósito que Batra vê no cinema, considerou, uma vez que faz filmes para o mundo ver e pela curiosidade de “saber como as pessoas o veem e o sentem”.
“As plataformas de ‘streaming’ fizeram muita diferença para os públicos. As pessoas andam a descobrir. Na Índia, as pessoas consomem história de todo o mundo e não só do país”, comentou.
Uma das partes importantes para o seu olhar cinematográfico, contou, é a possibilidade de “ser um estrangeiro em todo o lado”, tanto em Nova Iorque como na própria Índia.
“Gosto desse privilégio porque me dá uma boa perspetiva das coisas, posso ver coisas de um sítio que quem é de lá não consegue”, atirou.
O cineasta indiano está já a escrever o próximo projeto, do qual não se sabem ainda muitos pormenores, a não ser que será passado em Londres.
Nascido em 1979, Batra chegou a um público internacional com “A Lancheira”, a sua primeira longa-metragem, estreada em 2013, que lhe deu um prémio na Semana da Crítica do Festival de Cannes, entre outras distinções e nomeações, como para o prémio de melhor filme não falado em inglês, da Academia Britânica de Cinema e Televisão (BAFTA), já em 2015.
Realizou “O Sentido do Fim”, uma adaptação do romance homónimo de Julian Barnes, com Jim Broadbent e Charlotte Rampling, nos principais papéis, antes de dirigir Jane Fonda e Robert Redford em “Nós, ao Anoitecer”, filme que abriu o Festival de Veneza, em 2017.
O FEST – Novos Realizadores Novo Cinema termina hoje, depois de ter arrancado a 24 de junho e de ter trazido a Portugal realizadores, produtores, argumentistas e outros profissionais da indústria do cinema de dezenas de países, para oficinas, exibições e outras sessões de formação e apresentação.
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