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Rafael Cardeira e o Renault Clio R3T: “O meu projeto precisava de um carro destes”

Rafael Cardeira iniciou este ano uma nova etapa na sua carreira, com a participação no Campeonato de Portugal de Ralis com um Renault Clio R3T, e desde logo revelou um andamento promissor.

Filho de um antigo piloto e navegador de ralis e também organizador de provas, o jovem da Marinha Grande cedo se aliciou pela modalidade onde se iniciou em 2012.

Começo fez-se no Troféu FastBravo, vencendo entre os Iniciados. “Fiz um rali de ‘borla’. A partir daí comecei a reunir as condições para poder fazer mais provas”, começa por dizer o jovem piloto em declarações ao Vmotores.

O piloto marinhense competiu de Seat Marbella duas épocas, seguiu-se a estreia aos comandos do Ford Fiesta 1.0 Ecoboost, algumas provas no DS3 R1 Challenge e o Renault Twingo R1, durante três épocas. Uma preparação para a situação atual com o Clio R3T.

Rafael Cardeira, que tem atualmente André Couceiro como navegador, apelida o seu Clio de “uma verdadeira máquina”, que considera “um grande desafio”, sendo meticuloso na preparação de todos os pormenores inerentes ao projeto que tem ‘em mãos’. E foi aí que surgiu o Sporting.

“Chegou uma altura em que precisava de condições sérias para correr. Queria ter um projeto aliciante. Queria conquistar instituições e empresas fortes para estarem comigo. E apresentei o projeto ao Sporting Clube de Portugal, que recebeu com grande agrado. O clube tem uma grande história no automobilismo, que foi fundamental que o seu apoio fosse possível, além de que o Sporting está sempre aberto a tudo o que são modalidades”, conta o piloto da Marinha Grande.

O apoio de grandes clubes portugueses ao automobilismo não é inédito – veja-se os exemplos de Vitória de Setúbal, FC Porto, Benfica ou Vitória de Guimarães – e é uma forma “das pessoas acompanharem mais os pilotos”, enfatiza Rafael Cardeira.

“É incrível a forma como somos recebidos em qualquer rali. Com o carro e nós identificados com o Sporting toda a gente se ‘mete’ connosco. E nunca tivemos uma situação complicada, pois até os adeptos de outros clubes se dirigem a nós de uma maneira muito engraçada” sublinha o piloto marinhense.

Relativamente à época que se concluiu no Algarve, o balanço é positivo segundo Rafael Cardeira: “Considero mesmo um ano perfeito tirando o problema que tivemos na caixa de velocidades no Rali do Algarve, que em condições normais iríamos ganhar (a classe). Até porque o provamos – em nove especiais ganhamos quatro (sem terceira velocidade)”.

Foto: Zoom Motorsport

“O meu projeto precisava de um carro destes. Precisava de andar mais depressa, de ter outras condições para competir e este foi o ano em que consegui reunir essas condições. O carro é espetacular. Eu consegui demonstrar que sou rápido, consegui em alguns ralis em algumas classificativas, rodar próximo dos mais rápidos. E em ano de estreia e com os quilómetros de testes que fiz. Foi muito bom”, acentua o piloto da Marinha Grande.

A segunda posição no campeonato da sua categoria espelham o êxito do projeto, sendo que Rafael Cardeira destaca na época “o Rali Vidreiro, embora muitas vezes não corra bem, pois costuma dizer-se que ‘santos da casa não fazem milagres’. Há sempre muitos patrocinadores, muita gente conhecida”, pelo que a importância que dá à prova, por ser na sua terra, “é grande”.

E este ano até a prova da Marinha Grande até correu bem, pois esteve “até ao final do rali a discutir a segunda posição com o Filipe Nogueira. Ia-se decidir no último troço, a vantagem era pouca”, num rali onde rodou “muito rápido”, sendo a prova em que o piloto marinhense percebeu que “podia ir mais além”. Um facto importante no seu processo evolutivo.

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