Se utilizar termos racistas ao usar o Google Maps pode ir parar à Casa Branca. O Washington Post procurou por ‘nigger house’ e ‘nigger king’ e o resultado indicava residência oficial de Barack Obama. O Google já pediu desculpa por este comportamento “inapropriado” do serviço.
O racismo tem várias moradas, pelo menos no Google Maps.
De acordo com o Washington Post, uma dessas moradas é a que corresponde à residência oficial do chefe de Estado dos EUA, a Casa Branca.
O prestigiado jornal norte-americano fez uma pesquisa no serviço de mapas do Google com vários termos racistas e dois, ‘nigger house’ e ‘nigger king’, deram como resultado a Casa Branca, onde vive atualmente Barack Obama, o primeiro Presidente negro dos EUA.
Saliente-se que os dois termos citados, mesmo sendo insultuosos em português (podendo ser traduzidos como ‘casa do preto’ e ‘rei preto’), estão muito longe de atingir por cá a carga ofensiva a que estão associados nos EUA, uma vez que foram usados durante séculos e remontam ainda ao tempo da escravatura.
A publicação da reportagem levou de imediato o Google a pedir desculpa.
“Alguns resultados inapropriados que não deveriam aparecer estão a ser revelados no Google Maps e nós pedimos desculpa por qualquer ofensa que isso possa ter causado. As nossas equipas estão a trabalhar para resolver o problema o mais rápido possível”, afirmou o porta-voz do gigante da tecnologia, quando contactado pelo jornal.
O racismo é apenas a mais recente polémica envolvendo o serviço online de mapas, surgindo apenas alguns dias depois de Edward Snowden, o antigo analista da CIA que revelou os programas de espionagem informática, ter como ‘morada’ a mesma Casa Branca.
Ainda assim, o caso mais mediático foi o do robô que serve de símbolo do sistema Android (do Google) a urinar numa maçã mordida (o símbolo da rival Apple), numa região do Paquistão.
De forma não oficial, o Google ‘explicou’ que estes casos polémicos surgiram depois de criado um recurso para que qualquer programador possa colectar dados para o Google Maps, o que permitiu algumas ‘brincadeiras’ que agora vão sendo reveladas.
“Nós estamos a considerar todas as opções que nos podem ajudar a disponibilizar novamente [esse recurso] o mais rápido possível”, adiantou Pavithra Kanakarajan, a gerente de produto do Google Map Maker, Pavithra Kanakarajan, citada em comunicado.