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Quinta avaliação da troika: CDS recusa “agravamento das condições fiscais”

adolfo mesquita nunesCom a quinta avaliação da troika a decorrer, o CDS deixou bem claro que “não há espaço para alterar” as condições fiscais, mas que Portugal também não pode pedir “tempo” nem “mais dinheiro”. Já o Bloco de Esquerda diz que foi exatamente isso que o Governo pediu.

A Comissão Eventual de Acompanhamento do Programa de Assistência Financeira reuniu-se hoje com os delegados da troika, no âmbito da quinta avaliação à aplicação do memorando, e o CDS levou uma mensagem clara. “Não há espaço para alterar, do ponto de vista de agravamento das condições fiscais, o que está já previsto no memorando de entendimento”, disse Adolfo Mesquita Nunes, à saída do encontro.

“A política fiscal que está no memorando é a que deve ser seguida, não deve ser agravada. Vamos ter de esperar para saber se a nossa constatação fez eco”, reforçou o deputado centrista, embora sem referir quais aos alternativas propostas para contornar o chumbo do corte dos subsídios de férias e de Natal dos funcionários públicos e dos pensionistas.

Se Nunes assegura que não foi pedido nem mais tempo, nem mais dinheiro, já o Bloco de Esquerda insiste que foram exatamente esses os pedidos feitos pelos “partidos do Governo, particularmente o CDS”. O deputado centrista refutou a acusação, no que foi secundado por Miguel Frasquilho, do PSD: “não me recordo de quer eu, quer o deputado Adolfo Mesquita Nunes termos falado nisso”.

Adolfo Mesquita Nunes aproveitou para reforçar a mensagem: “as dificuldades que estamos a sentir não nos podem fazer mudar de receita porque ela é a receita correta. Mas as dificuldades sentidas não são de modo a intensificar essa receita ou a reduzir em excesso essa receita para prolongar o programa”.

Trata-se, para João Semedo, apenas de um jogo semântico. “Não tenho dúvida nenhuma que ajustar e flexibilizar o programa significa mais prazo e mais dinheiro, por outras palavras”, respondeu o deputado do Bloco.

Pelo PS reagiu Pedro Marques, sublinhando a importância de “interromper esta espiral de austeridade, de parar de carregar sobre as pessoas com medidas que apenas afundam mais a economia e até nos estão a afastar dos objetivos do défice”.

Por parte do PCP, Miguel Tiago lembrou que, “pela primeira vez, a troika colocou a ênfase na questão do crescimento”, embora tenha sido “à custa da concretização deste plano” de ajustamento que, segundo o deputado, só provoca desemprego e recessão.

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