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“Que credibilidade tem um Governo que viola os seus próprios despachos?”

O presidente da Câmara de Ovar, Salvador Malheiro, acusou o Governo de “ceder a pressões” e travar o plano de contingência para a pandemia de Covid-19.

Em causa está a ‘cerca regional’ para manter Ovar em quarentena geográfica, com o autarca a apontar contradições entre despachos assinados por António Costa e pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.

“É uma vergonha, uma autêntica vergonha. Há uma enorme dificuldade em implementar o plano porque falta articulação no Governo”, afirmou Salvador Malheiro, em declarações ao Expresso.

Um primeiro despacho decretava o encerramento das fábricas de produtos não essenciais, mas outro despacho posterior permitiu que hoje estivessem a laborar.

Horas antes do Parlamento aprovar a declaração de emergência nacional, proposta pelo Presidente da República, o presidente da Câmara de Ovar insistiu que o Governo está a “faltar ao respeito” a quem está na “linha da frente” para conter a disseminação do vírus na região.

“Que credibilidade tem um Governo que viola e altera os seus próprios despachos a cada hora, cedendo a todo o tipo de pressões? Se a ideia inicial era manter Ovar em quarentena geográfica, o Governo não pode fazer isto”, insistiu o autarca.

Salvador Malheiro, também vice-presidente do PSD, adiantou ainda que as forças de segurança foram instruídas a não permitir que pesados de mercadoria entrassem em Ovar.

Assim, muitas fábricas abriram e os trabalhadores, obrigados a comparecer ao serviço, ficaram parados por falta de matéria-prima.

“Criei um gabinete de crise, estive a trabalhar durante seis a sete horas num plano de contingência, falei com empresas e empresários… E depois é esta autêntica vergonha”, concluiu i presidente da Câmara de Ovar.

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