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Quase 90 por cento dos alemães quer acelerar deportações de migrantes irregulares

Quase 90 por cento dos alemães querem acelerar as deportações de migrantes irregulares, de acordo com uma sondagem hoje divulgada, em plena revolta no Governo, quanto à política de migração, da direita conservadora contra a chanceler Angela Merkel.

O presidente da câmara baixa do parlamento, Wolfgang Schäuble, ex-ministro e respeitado político, deverá negociar uma saída da crise que opõe Merkel ao ministro do Interior, Horst Seehofer, o líder da ala mais à direita da frágil coligação governamental que quer impor uma mudança drástica na política de acolhimento de requerentes de asilo.

Cerca de 86 por cento dos alemães são a favor de acelerar as deportações de migrantes que viram os seus pedidos de asilo rejeitados, de acordo com a sondagem de referência do canal público ARD, a Deutschlandtrend, realizada no princípio desta semana, no início do conflito político que ameaça a chanceler alemã.

Segundo a sondagem, 62 por cento dos entrevistados acreditam que os estrangeiros indocumentados que chegam às fronteiras da Alemanha devem ser afastados, uma medida defendida por Seehofer e rejeitada por Merkel no conflito político entre ambos.

Merkel, criticada pelas consequências da sua decisão, em 2015, de abrir o país a mais de um milhão de imigrantes, joga agora o seu futuro político num confronto com o seu ministro do Interior.

Seehofer pretende expulsar os requerentes de asilo não documentados e os que chegam à Alemanha na fronteira, apesar de terem sido registados por outro país na base de dados da UE.

A chanceler rejeita esta medida unilateral e defende uma solução coordenada a nível europeu na cimeira agendada para o final de junho.

Na segunda-feira, a CSU, o partido de Seehofer, deve decidir se o ministro vai impor os seus pontos de vista por decreto, o que poderia levar à sua demissão ou mesmo a uma queda do governo de Merkel.

Após as eleições legislativas de setembro, marcadas pela votação histórica da extrema direita, a chanceler levou seis meses para formar uma frágil coligação que reúne seu partido, a CDU, os conservadores bávaros de Seehofer e os sociais-democratas do SPD.

O vice-chanceler Olaf Scholz, um social-democrata, pediu aos seus parceiros que ponham fim ao conflito: “a tarefa de governar o nosso país não é um novo episódio de Games of Thrones, mas uma verdadeira missão”, escreveu numa mensagem na rede social twitter.

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