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Qual a origem das superstições mais comuns em Portugal?

Conheça o que está por trás das superstições mais comuns em Portugal

Uma superstição é algo que não tem explicação científica mas que, ainda assim, conduz a determinado tipo de crença ou conduta. E existem muitas superstições em Portugal. Mas você conhece a história por trás de algumas das mais comuns? Confira.

Por que o 13 é tido como o número do azar?

O número 13 é associado por muita gente como o número do azar. Há quem, por outro lado, entenda que até pode ser de sorte. Mas, afinal, por que é que o 13 é um número associado ao azar?

A explicação está nos testamentos bíblicos e a crença deriva daí. É relatado pelo livro sagrado para os católicos, a Bíblia, que Judas Iscariotes, que segundo os manuscritos traiu Jesus, foi o 13.º apóstolo a chegar à mesa.

A mitologia nórdica também tem referências ao Deus da discórdia, Lokis, como sendo o 13.º convidado de um jantar, provocando protestos e a morte de um dos convidados.

Por isso, muita gente ainda nos dias que correm prefira não usar o número 13 em jogos como o Euromilhões.

Bater três vezes na madeira

Materializar uma explicação de algo é uma tarefa que demora tempo e exige uma detalhada justificação. Nem sempre isso é possível mas a comunidade na sua maioria acaba por acreditar. A isso dá-se o nome de superstição e existem algumas muito comuns em Portugal como bater três vezes na madeira sempre que se fala ou pensa algo de mau.

As culturas pagãs acreditavam que os deuses e espíritos do bem habitavam nos troncos das árvores. Bater na madeira passou a ser encarado como um despertar dos deuses e dos espíritos do bem para proteger as pessoas e afastar inseguranças e energias negativas.

Os gatos pretos são olhados com má sorte

No mundo, em geral, e em Portugal também, a existência de misticismo ligado a certos animais foi sempre levada em linha de conta.

Um desses casos são os gatos de cor preta. Há quem acredite que fazer mal a um gato preto ou ter um gato preto a rondar a casa atrai más energias. De onde surgiu essa teoria?

Importa salientar que já desde a Idade Média que as antigas civilizações entendiam que os gatos pretos estavam associados a bruxarias.

No século XIV, muitas pessoas associaram também os gatos de cor preta à peste negra.

A ciência nunca encontrou evidências para este tipo de associação, até porque superstições não passam disso mesmo como a de dar azar abrir um guarda-chuva dentro de casa.

Abrir o guarda-chuva em casa dá azar porquê?

Existem várias teorias para tentar explicar esta superstição, sendo uma delas a de que os deuses egípcios da antiguidade entendiam que a sombra provocada por guarda-chuvas abertos era sagrada. Abrir dentro de casa era encarado como uma afronta aos deuses, já que os guarda-chuvas eram usados por causa do sol.

Feitos de penas de pavão e papiro, eram um adereço usado pela realeza e por sacerdotes no antigo Egito.

Outra teoria conta que abrir o guarda-chuva em casa era um desafio contra Nut, a deusa dos céus que protegia a Terra.

Uma superstição faz parte da lógica da crença, não tendo um racional ou lógico que explique. Tratam-se de teorias que tentam associar situações recorrentes ou coincidências no quotidiano como partir um espelho dá sete anos de azar.

Partir um espelho dá sete anos de azar?

A crença de muita gente, em Portugal, mas não só, é essa. Assim, sobretudo pessoas desastradas têm de ter cuidado, se alinharem neste tipo de superstição. E porquê?

Na Grécia antiga entendia-se que o reflexo dos espelhos mostrava as almas e quebrar este reflexo era quebrar a sorte.

Como resultado, a pessoa que tinha quebrado o espelho teria problemas na vida durante sete anos. E porquê sete anos?

Essa derivação já foi dada pelos Romanos que entendiam que as pessoas completavam um ciclo a cada sete anos, altura em que se dava uma renovação.

Certo é que, embora sem explicação científica, há quem continue aos dias de hoje a temer quebrar um espelho, seja grande ou pequeno; não pelo seu valor monetário e o que isso representa a nível financeiro com a necessidade eventual de aquisição de um outro mas por conta das crenças na ciência do que está oculto.

Há superstições para tudo. Há até quem tenha orações para ganhar o Euromilhões

Ainda que sem explicações lógicas, a verdade é que uma crença é uma crença e há de tudo pelo mundo fora.

As superstições são tidas em conta muito entre quem alinha em jogos de sorte ou azar. Você sabia, por exemplo, que há quem procure realizar orações para tentar ganhar o Euromilhões?

Existe quem antes de registar a sua aposta não deixe de procurar orações para tentar amealhar uma fortuna monetária no concurso dos concursos a nível europeu.

Existe quem procure a oração para ganhar o Euromilhões, sendo esta uma das pesquisas mais loucas do Google. É, pois, um sinal revelador de que na hora de tentar a vitória todas as ajudas contam, umas menos científicas do que outras.

De resto, e num concurso onde a probabilidade de ganhar o primeiro prémio do Euromilhões com uma aposta é de 0,0000007 por cento, há quem recorra a tudo para tentar vencer.

Azar enfrentado com festa em Vilar de Perdizes

Os temas da superstição, de sortes e azares sai às ruas de Vilar de Perdizes a cada sexta-feira 13.

A localidade transmontana, na região de Montalegre, celebra as ciências do oculto com espetáculos e decorações de rua, e não só, ligadas a bruxarias, mezinhas, feitiços.

O padre Fontes, sacerdote da região, é tido como “Dom Bruxo” e deve-se a ele o mediatismo que Vilar de Perdizes conquista a cada ano com cada vez mais visitantes a passarem pela localidade para tomarem contacto com as superstições e crenças que têm como ponto alto a queimada.

Acredite-se ou não em superstições, a verdade é que muitas maleitas têm justificação científica e são tratadas com base no rigor da ciência e da investigação especializada.

Quanto às outras situações da vida que carecem de uma explicação, há quem procure resultados nas ciências do oculto. Será verdade? Será mentira? É tudo uma questão de crença. Há quem confie, há quem entenda que se tratam apenas de cenários imaginários. Essa é também a beleza dos dias de liberdade.

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