Um dinamarquês conseguiu conhecer os padrões de sono dos seus amigos, recorrendo apenas à atividade destes no Facebook. A partir desta informação, Soren Louv-Jansen criou uma ferramenta, que apresenta um grau de fiabilidade suficientemente elevado para colocar os responsáveis da rede em polvorosa.
O programador Soren Louv-Jansen partiu de um hábito criado pela esmagadora maioria dos utilizadores da rede social: antes de ir dormir consulta-se o feed, tal como sucede logo após acordar. Se o Facebook determina estes intervalos de sono, nos nossos hábitos, e se essa atividade é publicada, percebe-se o capítulo seguinte desta história.
O Facebook regista a atividade dos seus utilizadores e mostra essa informação, por exemplo, no Messenger. A ferramenta de Louv-Jansen recolhe esses dados de forma automática e cria os padrões de sono de quem usa a rede social.
Aquele especialista informático dinamarquês afirmou que a ferramenta “funcionou extremamente bem” em 30 por cento dos seus amigos. E assim Soren ficou a saber que os hábitos de sono dos seus amigos são “irregulares”. De segunda a sexta-feira, há regras, mas ao fim de semana são completamente aleatórios.
O projeto demorou apenas seis meses a ser concluído. Pouca gente deu relevância, quando foi divulgado, em dezembro passado. Mas à medida que o tempo vai passando cada vez mais utilizadores recorrem a ela, segundo escreve o The Washington Post.
“As pessoas devem estar atentas a tudo o que fazem” nas redes sociais, porque elas “não estão sozinhas”. “Alguém está sempre a olhar para nós. Não quero dizer que o Facebook é perverso, mas este é um efeito de quem usa a rede social”, realça Soren Louv-Jansen, o que veio levantar a velha questão da privacidade.
Soren disponibilizou a ferramenta no GitHub, em dezembro passado, sendo que uma publicação que fez na rede social Medium conta com mais de 200 mil visualizações. A aplicação já é utilizada por mais de um milhar de pessoas, número que se avoluma com o mediatismo que lhe foi concedido, graças, sobretudo, a este artigo no The Washington Post.
Segundo este jornal norte-americano, o Facebook terá contactado o dinamarquês, com a finalidade de desencorajar Soren a divulgar aquela aplicação, que invade a privacidade dos utilizadores da rede social.
De todo o modo, a nossa atividade no Facebook é pública e, dentro dessa perspetiva, se pretendemos privacidade o melhor é não usar a rede social.
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