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Putin inicia visita à Índia em que assinará contrato de fornecimento de mísseis S-400

O Presidente russo, Vladimir Putin, inicia hoje uma visita oficial de dois dias à Índia, no âmbito da qual assinará com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, um contrato para o fornecimento de mísseis antiaéreos S-400.

O contrato, no montante de 5.000 milhões de dólares (4,34 mil milhões de euros), prevê a entrega de sistemas de mísseis antiaéreos S-400 para cinco regimentos, segundo o assessor de Putin para Assuntos Internacionais, Yuri Ushakov, que recordou que a cooperação técnico-militar é um dos aspetos prioritários da cooperação entre a Rússia e a Índia.

A visita de Putin começa hoje ao fim da tarde, com um jantar informal com Modi, e, na sexta-feira, os dois líderes voltarão a encontrar-se tanto a solo, como acompanhados dos respetivos ministros e assessores e de empresários importantes de ambos os países.

Durante a visita, está prevista a assinatura de mais de 20 documentos, incluindo o acordo para o fornecimento de S-400.

O influente diário russo Kommersant noticiou na edição de quarta-feira que também poderão ser assinados um contrato para a venda de fragatas russas à Índia e um “roteiro” para a cooperação no âmbito nuclear, que incluirá a construção de novos reatores nucleares no país.

Juntamente com Putin, deslocam-se os ministros da Economia, Comércio e Indústria e da Energia e Desenvolvimento Digital e ainda os dirigentes máximos da empresa Gazprom, do grupo de Caminhos-de-Ferro da Rússia, da operadora de telecomunicações Rostelecom e da gigante informática Laboratório Kaspersky.

Os ministros e empresários russos participarão na sexta-feira num fórum de negócios russo-indiano, cuja sessão de encerramento contará com a presença de Putin e Modi.

A visita do chefe de Estado russo à Índia terminará com outra reunião bilateral entre os dois líderes, durante a qual vão rever os resultados de dois dias de contactos.

Os sistemas S-400, um dos orgulhos da indústria armamentista russa, garantem a destruição de alvos aéreos – desde caças a mísseis de cruzeiro – a uma distância de até 250 quilómetros.

As negociações entre Nova Deli e Moscovo para a aquisição deste sistema de defesa antiaéreo estavam em curso há vários meses e chegaram a ficar em risco devido à ameaça de sanções dos Estados Unidos em caso de compra de equipamento militar russo.

As autoridades indianas indicaram que iriam pedir a Washington uma derrogação caso as negociações com os russos fossem bem sucedidas, mas um responsável norte-americano disse no final de agosto que não havia nenhuma garantia nesse sentido.

O Congresso dos Estados Unidos aprovou em 2017 uma lei para punir a Rússia pela sua intervenção na Ucrânia e pela alegada interferência nas eleições presidenciais norte-americanas.

Esta lei impõe sanções económicas a qualquer entidade ou país que conclua contratos de armas com empresas russas.

No final de 2017, a Rússia já tinha assinado um contrato para vender S-400 à Turquia, elevando as críticas entre os aliados de Ancara no seio da NATO, com a Turquia a enfatizar a sua incompatibilidade com os sistemas de defesa da Aliança Atlântica.

A Rússia também vendeu os seus novíssimos sistemas antimísseis à China e está a negociar com o Qatar o fornecimento de S-400 e de várias estações de radar, bem como mísseis de vários tipos e equipamentos de manutenção.

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