A propósito do Dia Mundial do Sono, coloca-se uma questão. Quem precisa de dormir mais horas? Os homens ou as mulheres? Uma investigação do Centro de Pesquisa do Sono da Universidade de Loughborough, no Reino Unido, dá a resposta. A mesma resposta de um estudo realizado no ano passado.

Nesta sexta-feira assinala-se o Dia Mundial do Sono, efeméride que tem o mérito de destacar a importância deste período de repouso para a saúde humana. E o Centro de Pesquisa do Sono, da Universidade de Loughborough, quis estabelecer uma comparação entre o cérebro do homem e da mulher, para perceber quais as diferenças entre os géneros, no que diz respeito ao sono.

“Os cérebros das mulheres e dos homens são diferentes, pelo que a sua necessidade de sono será um pouco maior no caso das mulheres. Elas tendem a cumprir diversas tarefas em simultâneo, o que acaba por exigir mais do cérebro, em comparação com os homens”, salienta Jim Horne, professor e coautor do estudo.

Para as mulheres, destaca, “sono de má qualidade está fortemente associado ao nível de stress psicológico e aumento de sentimentos de hostilidade, depressão e fúria”.

Sabia que, em privação do sono, o indivíduo fica com maior desejo de procurar alimentos altamente calóricos, num processo comparável àquele que a marijuana provoca no cérebro? E que, em regra, por cada hora de sono perdido, o corpo ‘pede-nos’ mais 17 calorias? E em cada quatro horas sem o necessário descanso, há uma exigência de 70 calorias?

Este estudo da Universidade de Loughborough retira as mesmas conclusões de uma pesquisa realizada no final do ano passado, da autoria da Universidade de Duke, nos EUA. De acordo com esse trabalho, as mulheres necessitam de mais horas de sono do que os homens, para terem saúde e bom humor.

Por outro lado, sustentaram os investigadores, as mulheres que não dormem as horas suficientes acordam mais irritadas, o que se reflete no seu estado de saúde.

Os investigadores de Duke estudaram os hábitos de sono de mais de duas centenas de homens e mulheres, sendo que todos tinham em comum um ponto: nenhum deles sofria de qualquer distúrbio de sono.

E concluíram que as mulheres enfrentam problemas de ordem física e psicológica se dormirem o mesmo número de horas que os homens.

Desse modo, ficam mais propensas a sofrer de doenças do foro cardíaco, diabetes, ou problemas psicológicos, ao longo da sua vida.

No âmbito do Dia Mundial do Sono, saiba que, de acordo com dados recolhidos pela Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono mostram que os adolescentes não dormem o suficiente, o que acarreta risco, desde o mau desempenho na escola, a comportamentos desviantes.

Os investigadores analisaram não só o número de horas, como a qualidade do sono. E também aqui as mulheres estão mais expostas do que os homens.

Quando despertam muitas vezes, ou quando apresentam dificuldade em adormecer, por exemplo, ficam mais expostas a potenciais problemas de saúde.