O PSOE (socialista) foi o partido mais votado, com 28,8 por cento dos votos, nas eleições gerais realizadas hoje em Espanha, com o conjunto da direita a não conseguir alcançar a maioria absoluta apesar da forte subida do Vox (extrema-direita).
Os dados finais, ainda provisórios, quando estão escrutinados 94,21 por cento dos votos mostram que o PSOE elege 122 deputados (28,8 por cento dos votos) no Congresso dos Deputados, o PP (Partido Popular, direita) 65 (16,7 por cento), o Cidadãos 57 (15,8 por cento), o Unidas Podemos 42(extrema-esquerda) 42(14,3 por cento) e o Vox 24(10,2 por cento).
A futura composição da câmara baixa das Cortes Gerais espanhola está assim repartida por estes cinco partidos e por outros regionais mais pequenos, como os separatistas catalães e os nacionalistas bascos.
Como partido mais votado, o PSOE vai tentar encontrar o apoio de outros para tentar alcançar uma maioria absoluta de 175 mais um num total de 350 deputados.
A tarefa não vai ser fácil, mesmo que à partida conte com o apoio do Unidas Podemos, o seu principal parceiro que o apoiou no parlamento desde junho de 2018, quando conseguiu afastar o Governo do PP.
O PSOE teria, nomeadamente, de se entender com os partidos independentistas catalães – Esquerda Republicana da Catalunha com 15 deputados e Juntos pela Catalunha com sete – os mesmos que ajudaram Pedro Sánchez a chegar a primeiro-ministro, mas que em fevereiro foram os principais responsáveis pela sua queda e pela marcação das eleições.
Os socialistas poderão também explorar uma eventual coligação pós-eleitoral com o Cidadãos, apesar dos dois partidos terem, antes das eleições, repetido que não se iriam aliar, preferindo associar-se a movimentos dentro do seu próprio bloco político, um de esquerda e o outro de direita.
As eleições ficam ainda marcadas pelo mau resultado do conjunto de partidos de direita que não conseguiram repetir a maioria absoluta conseguida na região da Andaluzia, em dezembro passado, que expulsou o executivo regional socialista no poder há 38 anos.
A extrema-direita do Vox conseguiu a subida eleitoral que as sondagens já previam, dos 0,2 por cento da votação alcançada em junho de 2016, sem eleger nenhum deputado, consegue agora 11,0 por cento e 23 lugares no parlamento.
As eleições ficam também marcadas por uma acentuada descida do PP, o partido que até há pouco alternava com o PSOE na condução do executivo, de 33,0 por cento em 2016 para 16,7 por cento agora.
O PSOE sobe dos 22,7 por cento que obteve em 2016 para 28,8 por cento agora (de 85 para 122 deputados), o PP baixa de 33,0 por cento para 16,7 por cento (137 para 65), o Unidas Podemos desce de 21,1 por cento para 14,3 por cento (71 para 42), o Cidadãos sobe de 13,1 por cento para 15,8 (32 para 57) e o Vox de 0,2 por cento para 10,2 (zero para 24).
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