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“PSD não pode dizer que vai rejeitar” apoio do Chega, diz vice-presidente

Nuno Morais Sarmento, vice-presidente do PSD, afirmou que o partido “não pode dizer que vai rejeitar” um evental apoio do Chega a nível nacional.

O acordo entre PSD e Chega nos Açores continua a dominar a agenda política e Morais Sarmento, antigo presidente do Conselho de Jurisdição Nacional do partido, saiu em defesa pública do presidente.

“Rui Rio, que até há três semanas era acusado pelos media de ser de esquerda, agora de repente deu uma cambalhota e é um perigoso direitista. Eu atiro-me para o chão a rir com isto”, comentou o ex-ministro, em entrevista à Renascença e ao Público.

O PSD chegou a acordo com o Chega nos Açores porque este partido, que tem “posições xenófobas” e “racistas”, declarou apoio às medidas propostas pelos sociais-democratas.

“O que vemos é um apoio por parte de um partido, o Chega, a uma proposta política que não é deles, mas que é do PSD, CDS e PPM”, frisou Morais Sarmento.

“O PSD não pode dizer que vai rejeitar, nem ninguém pode, no seu perfeito juízo, dizer: ‘Não, eu não deixo que votem em mim’. (…) Já viu alguém recusar o apoio ou o voto de alguém? Diga-me como é que isso funciona. O apoio às nossas propostas não se recusa”, acrescentou.

O vice-presidente do PSD comparou o apoio do Chega ao que PCP e Bloco de Esquerda (BE) deram ao PS na famosa geringonça.

“O BE saúda a Venezuela, a Coreia do Norte, e propõe a via revolucionária trotskista. O PCP afirma a nacionalização dos principais meios de produção”, salientou o dirigente laranja.

“Politicamente, extrema-direita e extrema-esquerda, na medida em que são partidos que negam a democracia, em que admitem outras vias que não as tradicionais democráticas que todos subscrevemos, para mim estão à mesma distância”, reforçou.

“Fizemos um acordo com o CDS e o PPM e há dois partidos, que são o Chega e o Iniciativa Liberal, que apoiaram essa solução política. Também era estranho que fossem apoiar uma solução de esquerda. Ao contrário de António Costa, que ouvimos todos os dias virar-se para o BE e dizer: ‘É convosco que eu quero fazer caminho’, não nos ouve dizer isso ao Chega”, finalizou o vice-presidente do PSD.

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