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PSD inclui explicações de Vítor Gaspar sobre a comparação com a Grécia na sexta avaliação

miguel frasquilhoAs afirmações “descontextualizadas” do ministro das Finanças levaram o Bloco de Esquerda a requerer a presença do Vítor Gaspar no Parlamento, com o PSD a agendar a discussão do tema na audição agendada para analisar a sexta avaliação da troika.

O Bloco de Esquerda chamou o ministro das Finanças ao Parlamento para que Vítor Gaspar se explique sobre as afirmações “descontextualizadas” que proferiu após uma reunião do Eurogrupo. O requerimento pedia a presença do governante na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, mas o PSD diluiu o alcance do debate ao chamar Gaspar para a audição (que já estava agendada) na Comissão de Acompanhamento do Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF), no âmbito da sexta avaliação da troika.

“Do que ouvimos do BE não podemos deixar de ficar com a sensação que o ministro das Finanças português toma estas decisões unilateralmente e que não há uma decisão do Eurogrupo. Não temos informação suficiente para dizer que o ministro mudou de opinião e que não defendeu os interesses de Portugal. O PSD entende que há matéria para que o senhor ministro das finanças seja ouvido no parlamento”, argumentou Miguel Frasquilho, deputado do PSD, quando a Assembleia debatia qual das comissões deveria requerer a presença de Vítor Gaspar.

Enquanto BE e PCP defendiam que as questões do Eurogrupo competem à Comissão de Orçamento e que o tema das declarações recentes de Vítor Gaspar excediam o âmbito da sexta avaliação da troika, o PS e o CDS alinharam pela sugestão do PSD em chamar o ministro à Comissão de Acompanhamento do PAEF.

“Consideramos que o que está em causa é da maior importância, avaliar qual é a posição do país em relação as condições do empréstimo à Grécia. Justifica-se com todo o sentido de urgência face ao que está em causa e face ao que é uma alteração do que é o quadro europeu do relacionamento com Portugal”, argumentou o deputado socialista Fernando Medina.

O Bloco insistia que Vítor Gaspar tinha de ser ouvido na Comissão de Orçamento, negando a pretensão de misturar as declarações da recente reunião do Eurogrupo com os resultados da sexta avaliação da troika. “Todos nós ouvimos o Governo a dizer que as condições aplicadas à Grécia seriam, com base no princípio de igualdade, também aplicadas em Portugal”, frisou o deputado bloquista Pedro Filipe Soares.

Entretanto, a Comissão de Acompanhamento do PAEF já tinha aprovado chamar o ministro das Finanças para explicar a sexta avaliação da troika e o PSD juntou a questão das declarações de Gaspar sobre o alívio dos empréstimos à Grécia, adiando, na Comissão de Orçamento e Finanças, a votação do requerimento do BE para a próxima semana.

Miguel Frasquilho, do PSD, negou tratar-se dum expediente para diluir o problema, salientando as vantagens de discutir as duas questões na mesma audição. Na resposta, Pedro Filipe Soares, do BE, criticou: “é incompreensível que o mesmo ministro das Finanças venha dizer aos portugueses que quem ouviu mal foram os portugueses, numa espécie de atestado de incompetência aos portugueses e aos jornalistas”.

Em causa estão as afirmações de Vítor Gaspar sobre o alívio dos empréstimos à Grécia: primeiro o ministro disse, tal como o primeiro-ministro e o presidente do Eurogrupo, que Portugal teria direito “ao princípio da igualdade”; posteriormente, defendeu que essas afirmações foram “descontextualizadas”.

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