O PSD está com dificuldades em digerir os maus resultados nas regionais açorianas de ontem, sobretudo por parte do ‘grupo’ autárquico. Hermínio Loureiro, edil de Oliveira de Azeméis, lembrou mesmo a demissão de Guterres após as eleições autárquicas de 2001.
Estará uma rebelião a ganhar forma no PSD? Depois do desastre eleitoral de ontem, com o PS a obter uma confortável maioria absoluta nas regionais açorianas, várias vozes se levantaram a responsabilizar Pedro Passos Coelho, líder do partido e primeiro-ministro de Portugal, pelo mau resultado no arquipélago.
A contestação cresce, em especial, nos políticos mais ligados ao Poder Local. Com as autárquicas a aproximarem-se, há até quem recorde “o pântano” de Guterres, quando o então primeiro-ministro socialista renunciou na sequência dos maus resultados nas autárquicas de 2001. “Foi nas autárquicas que Guterres perdeu o país”, afirmou Hermínio Loureiro, ao Jornal de Notícias, complementando: “foi uma derrota de Passos Coelho enquanto líder do PSD e enquanto líder do Governo”.
O diário cita vários autarcas, para além do presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, para reforçar a ideia da crescente contestação no interior do PSD. Celso Ferreira, autarca de Paredes, lamentou que a candidata ‘laranja’ nos Açores, Berta Cabral, tenha sido “a primeira vítima de uma governação errática”, mas foi o edil da Maia, Bragança Fernandes, a deixar o principal alerta a Passos Coelho: “os eleitores mostraram um cartão amarelo ao Governo nas manifestações e vão mostrar um vermelho nas autárquicas”.