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PS responde que “Forças Armadas não são suscetíveis de querelas político-partidárias”

A secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, considerou hoje que as “Forças Armadas não são nem devem ser suscetíveis de querelas político-partidárias”, manifestando respeito pela decisão de Azeredo Lopes de se demitir do cargo de ministro da Defesa.

“O senhor ministro da Defesa entendeu não ter condições para continuar a exercer o cargo e o PS respeita a sua decisão, mas quero aqui sublinhar, como sempre, que o PS sempre defendeu o respeito pelas Forças Armadas e o respeito pelo funcionamento das instituições”, defendeu Ana Catarina Mendes, em declarações à agência Lusa.

Em resposta às críticas da oposição, o PS frisou que “as Forças Armadas não são nem devem ser suscetíveis de querelas político-partidárias”.

“Devem ter a serenidade para poder chegar ao fim esta investigação e devem ser funcionar tranquilamente. É isso que nós desejamos”, sublinhou.

Na opinião da secretária-geral adjunta do PS, é preciso “aguardar pelo resultado das investigações em curso” em relação ao furto das armas de Tancos, defendendo que “as funções de soberania exigem recato e devem estar acima de disputas político-partidárias”.

“As Forças Armadas devem ter condições para funcionar e exercer as suas funções ao serviço do Estado de direito democrático e de Portugal. É mesmo isso que o PS espera, que todos deverão saber compreender nesta altura”, insistiu.

Ana Catarina Mendes destacou que Azeredo Lopes, na sua carta de demissão endereçada ao primeiro-ministro, justificou a sua decisão com a necessidade de “proteger as Forças Armadas”.

“Confiamos no senhor primeiro-ministro e no Governo para encontrar o nome, que a seu tempo se saberá. Em momento algum se pôs em causa a honorabilidade e o respeito pelas Forças Armadas e é isso que continuará a acontecer com o PS”, respondeu, quando questionada sobre o sucessor do ministro demissionário.

Sobre o momento escolhido para a demissão, Ana Catarina Mendes considerou que “todos têm consciência das responsabilidades”, afirmando que “um Orçamento do Estado que está a ser preparado deve continuar a ser conduzido com a serenidade com que tem sido conduzido”.

O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, demitiu-se hoje do Governo para evitar que as Forças Armadas sejam “desgastadas pelo ataque político” e pelas “acusações” de que disse estar a ser alvo por causa do processo de Tancos, segundo a carta enviada ao primeiro-ministro, António Costa, e a que a agência Lusa teve acesso.

O furto de material militar dos paióis de Tancos – instalação entretanto desativada – foi revelado no final de junho de 2017.

Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições, tendo sido anunciada a sua recuperação em outubro, na Chamusca, distrito de Santarém.

A Polícia Judiciária deteve, em 25 de setembro, no âmbito da Operação Húbris, que investiga o caso da recuperação das armas furtadas em Tancos, o diretor e outros três responsáveis da Polícia Judiciária Militar, um civil e três elementos do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Loulé.

O Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa decretou prisão preventiva para o diretor da Polícia Judiciária Militar, Luís Vieira, e para o civil.

No dia em foram conhecidas estas detenções, o CDS-PP anunciou a criação de uma comissão parlamentar de inquérito, que vai ser discutida na Assembleia da República em 24 de outubro e votada dois dias depois, tendo a sua aprovação garantida.

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