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PS e Bloco procuram “Governo estável e uma alteração de política”

António Costa, secretário-geral do PS, e Catarina Martins, porta-voz do Bloco de Esquerda, reuniram nesta segunda-feira e criaram a base de consenso para a formação de um Governo de Esquerda. “Fica hoje claro que o Governo de Paulo Portas e Passos Coelho acabou”, adiantou mesmo Catarina Martins.

O secretário-geral do PS reuniu com o Bloco e deixou perceber que ganha força a possibilidade de um Governo à esquerda.

Sem ser tão incisivo como Catarina Martins, António Costa revelou que as divergências entre os dois partidos poderão ser superadas. Os dois partidos vão reunir nos próximos dias.

“É prematuro dizer que o acordo é possível, é seguro dizer que há condições para que esse acordo seja possível. Se o for, iremos avaliar esse caminho”, afirmou António Costa, após o encontro com o Bloco de Esquerda.

António Costa disse que a reunião foi “interessante” e permitiu alinhavar “matérias passíveis de convergência entre os partidos”.

“Não faz sentido debater as divergências, mas criarmos uma solução para que o país possa ter um Governo estável e uma alteração de política, no respeito escrupuloso do quadro constitucional”, sustentou o secretário-geral do PS, numa declaração à imprensa, após o encontro com Catarina Martins e outros representantes bloquistas.

António Costa destacou as “matérias que podem dar suporte estável, que permitam um entendimento sólido” e revelou, por outro lado, que “os partidos vão agora desenvolver um trabalho técnico com a finalidade de diminuir as divergências”.

O objetivo é “alargar a base de sustentação de uma solução governativa para o país”, sendo que “há muita matérias coincidentes entre PS e Bloco de Esquerda”.

Sobre a TSU, que divide os partidos, António Costa manifestou, uma vez mais, total abertura para que se chegue a um entendimento.

“Há um objetivo comum: o da recuperação dos rendimentos das famílias. Há fórmulas diversas de alcançar este objetivo. Há margem, nas reuniões que se vão seguir, para aproximar posições e diminuir divergências”.

“Tenho um mandato para, num novo quadro parlamentar, discutir com as forças políticas, para que haja um Governo estável e que corresponda à vontade profunda que os portugueses manifestaram nas eleições: uma mudança de política”.

António Costa revelou também que vai convocar Comissão Política do PS, para que sejam determinados os próximos passos.

Relativamente ao PSD, um recado: “É o partido com maior representação parlamentar, cabe-lhe o ónus de criar condiões para governar. Até agora, não estão criadas essas condições”.

O secretário-geral socialista manifestou-se ao lado da esquerda parlamentar e disposto a procurar soluções que rompam com a direita.

“Como partido responsável, não contribuímos para maiorias negativas. Não podemos votar moções de rejeição sem que haja alternativas. Os contactos com o PCP, o PEV e o Bloco têm permitido criar condições para podermos avaliar se existe viabilidade para formação de um Governo alternativo”, concluiu.

O PS manterá diálogos com todos os partidos, da direita à esquerda, nos próximos dias.

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