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PS diz que Cavaco fez “ajuste de contas” com Sócrates que a “história julgará”

carlos_zorrinho1As reações de dirigentes e históricos do PS, como Manuel Alegre, às críticas de Cavaco Silva ao Governo de Sócrates têm um denominador comum: um ajuste de contas entre Presidente da República e o ex-primeiro-ministro. Também o líder parlamentar socialista, Carlos Zorrinho, diz que “a História há-se julgar as palavras do Presidente da República”, que “não são rigorosas”. Alegre sublinha que “um ataque pessoal não fica bem a um chefe de Estado”.

Cavaco Silva acusara Sócrates, líder do anterior Governo, de “falta de lealdade institucional que ficará na história da Democracia”. No prefácio do livro ‘Roteiros VI’ o chefe de Estado fala de “surpresa”, quando foi confrontado com o quarto Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC IV). A reação do PS não se fez esperar.

O líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, desmente Cavaco e garante que o Presidente da República não foi rigoroso. O socialista refere que “a História julgará” as palavras de Cavaco Silva. Zorrinho entende que “estas questões exigem ponderação” e não deveriam merecer esta abordagem de um Presidente da República, contra um Governo do PS.

O líder parlamentar do Partido Socialista considera também que se exige a Cavaco “alta independência, uma postura institucional e magistratura”, nas suas funções de chefe de Estado. E só o “cidadão Cavaco Silva” teria legitimidade para abordar um tema que “exige o direito do contraditório”.

O PS “lamenta e estranha” que o chefe de Estado tenha escolhido esta data – dia em que se assinala o primeiro ano de mandato – “para fazer um ajuste de contas extemporâneo” com o Governo de José Sócrates, “ao arrepio das preocupações dos portugueses”.

Carlos Zorrinho refere também que o PS, “tal como os portugueses”, espera de Cavaco Silva “um contributo para a solução de problemas do país” desde o “emprego, crescimento económico e dificuldades dos portugueses”.

Esta reação surge após o prefácio de Cavaco no livro ‘Roteiros VI’, que assinala o primeiro ano do segundo mandato do Presidente da República. Segundo o chefe de Estado, Sócrates teria garantido que a execução orçamental do Governo era “muito positiva” e não informou o Presidente da República das medidas de austeridade que iria aplicar.

Cavaco Silva lamenta que o chefe de Governo do PS não tenha “informado previamente” o Presidente da República da apresentação do PEC às instituições comunitárias. “O anúncio do PEC apanhou-me de surpresa”, escreve o chefe de Estado. José Sócrates “não informou” Cavaco das “medidas de austeridade orçamental”.

Para o chefe de Estado, tratou-se de uma “falta de lealdade institucional” vai ficar guardada “na História da Democracia portuguesa”. Por seu turno, Manuel Alegre defende que “este ataque pessoal e ajuste de contas não fica bem à primeira figura do Estado”. Recorde as palavras de Cavaco Silva.

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