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“PS de hoje está capturado pela lógica de culto do chefe”, acusa Paulo Pedroso

Paulo Pedroso, em tempos um dos homens-fortes do aparelho socialista, afirmou que o PS de “hoje” está “capturado pela lógica de culto do chefe”.

Em entrevista à Visão, o coordenador da campanha presidencial de Ana Gomes não poupou críticas ao partido pelo qual foi deputado e do qual foi porta-voz.

“O culto do chefe não faz parte do património das democracias sólidas”, começou por salientar Paulo Pedroso, garantindo depois que o PS, “hoje, comparado com o de há 20 ou 30 anos, está claramente capturado por essa lógica”.

Foi por discordar das posições oficiais do partido que se desfiliou, no início deste ano.

“A vida dos partidos é muito tática e a do PS é excessivamente tática para o meu gosto, é uma das razões pelas quais eu achava que era tempo de tocar na campainha e sair do autocarro”, sustentou.

O ex-ministro não entende como, numa democracia com mais de quatro décadas, os partidos se remetem ao silêncio até que o “chefe” se pronuncie.

“Cada vez que há uma voz que diverge da maioria, no PS ou no PSD, parece logo como se fosse uma dissensão, uma divergência grave, uma quebra de solidariedade, uma falha em relação à liderança”, apontou.

“Os partidos, sobre muitos temas, têm a ideia de que não podem falar, de que não devem ter posições próprias e diferentes. Temos partidos pouco autónomos, demasiado silenciosos e demasiado subservientes às suas lideranças”, lamentou Paulo Pedroso.

Como coordenador da campanha presidencial de Ana Gomes, antiga eurodeputada eleita pelo PS, Paulo Pedroso apontou o dedo a António Costa por tentar transformar as presidenciais numa “coroação” de Marcelo Rebelo de Sousa, um ex-presidente do PSD.

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