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PS de acordo com PSD: “Cumpriremos o compromisso com a troika”, diz Zorrinho

carlos_zorrinho1Carlos Zorrinho, líder parlamentar do PS, rejeitou a sugestão de Mário Soares, no sentido de se rasgarem os acordos com a troika. “O PS respeita os seus compromissos e cumprirá as metas do memorando”, afirmou o socialista, que não concorda com as palavras do antigo Presidente da República.

O líder parlamentar do PS reagiu às palavras de Mário Soares, histórico socialista que defendera o desrespeito dos acordos estabelecidos com a troika. N esta terça-feira, Carlos Zorrinho assegurou que o PS tudo fará para que se cumpram as metas do memorando de entendimento.

“O Partido Socialista respeita sempre os seus compromissos. Nesse sentido, cumpriremos as metas do memorando”, disse Carlos Zorrinho, que falava à imprensa na Assembleia da República, num comentário à polémica entrevista de Mário Soares, que também já foi criticada pelo PSD.

Antes de Carlos Zorrinho, o PSD reagira às polémicas afirmações de Mário Soares. António Rodrigues revelou à Lusa que as palavras de Soares são “um exagero” que surgem numa altura em que “os mercados precisam de calma”.

Mário Soares está a “incendiar a estabilidade”, de acordo com o vice-presidente da bancada do PSD, sendo que romper o memorando seria negativo para o país. “Os mercados não precisam de quem sustente que se renuncie ao memorando com a troika”, revelou António Rodrigues.

O ‘vice’ da bancada do partido do Governo considera que Soares está a ser “imprudente e a cometer um exagero”, com palavras que poderão “incendiar”.

Mário Soares, antigo Presidente da República e histórico do PS, considera que Seguro deve desvincular-se do acordo rubricado com a troika. O socialista justifica esta posição com o facto de “a austeridade não fazer sentido”. Por outro lado, sustenta Soares, Portugal rubricou aquele acordo num cenário económico que “chegou ao fim”.

“Austeridade não tem sentido”

O histórico socialista, fundador do partido, Mário Soares, defendeu numa entrevista ao jornal i que o cenário da economia mundial é diferente, que a austeridade não resolverá os problemas do país e que existe um ciclo que terminou.

“Esse é o caminho. A austeridade, tal como a definem, não tem sentido”, defende Mário Soares, que desvaloriza o facto de o Governo português rasgar um compromisso assumido, uma vez que “tudo evoluiu”, sendo que Portugal deve defender os seus interesses.

Uma das evoluções que o antigo Presidente da República assinala é a própria divisão no seio da troika, com Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu a apontarem diferentes pontos de vista, no sentido da saída para a crise. Mário Soares considera ainda que a troika pode “ir ao ar”, com estas divisões e que o cenário que se vive atualmente é de “pré-rutura”.

“O Fundo Monetário Internacional tem uma posição, o Banco Central Europeu tem outra, a Comissão Europeia apresenta outra. A troika está dividida”, diz Mário Soares, que olha os dirigentes europeus a caminhar no sentido da unanimidade de pensamento: a austeridade não vai resolver os problemas da economia europeia.

“Quase todos já perceberam que reduzir a União Europeia à austeridade e aos equilíbrios financeiros para favorecer os mercados – sem ter em conta a recessão económica e o desemprego avassalador que está a crescer – implica que a Europa vai de mal a pior”, sublinhou ainda Mário, nesta entrevista ao i, que já mereceu repúdio do PSD e não convence o PS.

No entanto, Carlos Zorrinho subscreve o pensamento de Soares, sobre os perigos de o país cair numa espiral recessiva, em virtude das medidas de austeridade aplicadas pelo executivo de Passos Coelho.

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