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PS da Ribeira Grande diz não ter apresentado queixa à PJ ou MP sobre Gaudêncio

O PS da Ribeira Grande declarou hoje não ter apresentado “queixa ou denúncia” à Polícia Judiciária (PJ) e ao Ministério Público (MP) sobre a gestão do presidente da câmara da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, constituído arguido na terça-feira.

Em nota enviada à imprensa, o PS do concelho da ilha de São Miguel esclarece que, “conforme nota pública divulgada na ocasião, a propósito da polémica contratação do artista MC Kevinho, em abril deste ano, por valores anormalmente elevados, solicitou apenas a intervenção do Tribunal de Contas”.

Os socialistas dizem ter cumprido com o “dever de fiscalizar e escrutinar a ação do executivo camarário”.

E concretizam: “Importa ainda referir que o PS não apresentou queixa ou denuncia, nem junto da Polícia Judiciária, nem junto do Ministério Público”.

A estrutura diz ainda que o coordenador da PJ nos Açores já referiu que a “Operação Nortada”, envolvendo a Ribeira Grande e o seu autarca, “diz respeito a uma investigação que se iniciou em 2017”, período em que Alexandre Gaudêncio não era ainda líder do PSD/Açores, “pelo que se lamenta” que o social-democrata “procure justificar o facto de estar a ser investigado pelas autoridades policiais com o facto de ser presidente do maior partido da oposição, não contribuindo também por essa via para o normal e cabal esclarecimento público”.

Hoje também, a Comissão Política do PSD/Açores manifestou a sua solidariedade para com o líder regional do partido, que foi constituído arguido na terça-feira, por suspeita dos crimes de peculato, prevaricação, abuso de poder e falsificação de documentos.

“Os membros da Comissão Política Regional manifestam toda a sua solidariedade ao presidente do PSD/Açores”, revela, em comunicado, a estrutura regional do partido, adiantando que Alexandre Gaudêncio “é um homem sério e humilde em todos os aspetos da sua vida política, profissional e pessoal, tal como é reconhecido pela generalidade da população”.

O líder dos sociais-democratas açorianos foi alvo de uma investigação da PJ por suspeita de violação de regras de contratação pública, de urbanismo e ordenamento do território, na autarquia que dirige.

O PSD/Açores vem agora dizer que “respeita” o trabalho das autoridades, que estão a investigar as queixas que receberam, mas lembra que as investigações das autoridades competentes “servem precisamente para apurar a verdade”, ou seja,” para imputar responsabilidades a quem as tem e provar a inocência de quem for alvo de alguma acusação infundada”.

“Por isso mesmo, Alexandre Gaudêncio prestou ontem [terça-feira] toda a colaboração tendo em vista o cabal esclarecimento dos factos e manifestou a sua total disponibilidade para contribuir para o apuramento da verdade, a bem da transparência”, recordaram os dirigentes sociais-democratas.

A Comissão Política Regional do PSD entende também que esta investigação judicial à Câmara Municipal da Ribeira Grande “tem origem em denúncias anónimas e outras de caráter partidário”.

“Estas denúncias não foram feitas com objetivos nobres, mas sim com propósitos políticos, com o objetivo claro de denegrir o trabalho do presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande e a liderança do PSD/Açores”, lamenta a estrutura regional do partido, considerando que, em política “não pode valer tudo”.

Em declarações aos jornalistas, na terça-feira, Alexandre Gaudêncio disse estar “convicto de que todas as opções” que tomou enquanto presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande “estão dentro da legalidade”.

Quanto aos cargos que ocupa, Alexandre Gaudêncio garantiu que não irá demitir-se da autarquia, mas em relação à liderança do PSD/Açores, disse que a questão será “analisada internamente” e deixada “à consideração” dos seus pares.

Um dos motivos da investigação prende-se com um contrato com o artista brasileiro MC Kevinho para um concerto ocorrido em abril no município açoriano.

O concerto provocou polémica na Ribeira Grande devido aos valores envolvidos: em abril, o Açoriano Oriental revelava que em causa estariam 123 mil euros entre ‘cachet’ e organização, aos quais se terão juntado a receita de bilheteira a favor do artista brasileiro.

A autarquia destacou, na altura, a divulgação e promoção da Ribeira Grande “a nível nacional e internacional” que a organização do concerto trouxe.

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