As manifestações na Nicarágua contra o presidente Daniel Ortega, iniciadas há mais de uma semana, já causaram 42 mortos, segundo um novo balanço do Centro Nicaraguense dos Direitos Humanos (CENIDH).
O número foi avançado por aquele organismo à agência noticiosa espanhola Efe, mas outras organizações defensoras dos Direitos Humanos referem 63 mortos, cruzando dados de listas oficiais e não oficiais.
“Temos 42 mortos confirmados e três por confirmar”, referiu Meyling Sierra, do CENIDH, indicando ainda que 48 pessoas estão dadas como desaparecidas.
Os protestos duram há onze dias contra a administração do presidente Daniel Ortega por causa de uma reforma da Segurança Social, entretanto já abandonada, mas que subiu de tom por causa da violência das autoridades contra os manifestantes, a maioria estudantes.
Os nicaraguenses reclamam agora a renúncia de Daniel Ortega e da mulher e vice-presidente, Rosario Murillo, acusando-os de repressivos, corruptos e violadores de direitos humanos.
Segundo o CENIDH, a repressão policial está a causar uma “deslocação forçada” de jovens para outras localidades ou para fora do país por receio de represálias.
Esta semana, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos pediu às autoridades nicaraguenses uma investigação rápida, profunda, independente e transparente das mortes, enquanto a União Europeia, os Estados Unidos e o Vaticano criticaram a força excessiva utilizada pela polícia.
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