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Protestos dos coletes amarelos na Reunião deixam 16 polícias feridos

Dezasseis polícias ficaram feridos na Reunião quando intervieram contra a violência urbana que atinge a ilha, localizada no Oceano Índico, paralisada pelos ‘coletes amarelos’, informaram hoje as autoridades locais.

Um polícia perdeu a mão na explosão acidental de uma granada no seu veículo enquanto era atacado por jovens manifestantes, revelou a administração local de Saint-Denis, cidade localizada nas Ilhas Reunião, um departamento ultramarino francês.

Os restantes feridos são cinco polícias militarizados (Gendarmerie) e outros 10 polícias.

“Ele perdeu a mão esta noite (…). Poderia ter acontecido com qualquer polícia. A situação tornou-se muito complicada”, declarou Idriss Rangassamy, secretário departamental do sindicado Aliança da Polícia.

Os “coletes amarelos” são um movimento cívico à margem de partidos e sindicatos criado espontaneamente nas redes sociais e alimentado pelo descontentamento da classe média-baixa.

O movimento, que começou contra o aumento do imposto sobre o combustível e alargou os protestos contra a carga fiscal em geral, é um novo obstáculo para o executivo de Emmanuel Macron, que decidiu aumentar os impostos dos combustíveis para promover a transição energética no país.

Na noite de terça-feira, a ilha de Reunião sofreu uma nova vaga de violência, apesar do recolher obrigatório decretado pelo autarca Amaury de Saint-Quentin, das 21:00 às 6:00, para 14 das 24 comunas.

Segundo dados da administração da ilha, houve 38 detenções na noite de terça-feira e um total de 108 desde sábado.

A polícia interveio em várias áreas quentes: Chaudron (Saint-Denis), Porto e Posse (oeste) e Saint-Gilles (oeste), onde ocorreram tentativas de roubar negócios.

Os manifestantes jogaram pedras e coquetéis explosivos contra a polícia.

“O recolher obrigatório permitiu que a polícia realizasse as suas intervenções com segurança”, segundo a administração local.

Fortemente impactada nos últimos cinco dias pelo movimento ‘coletes amarelos’, a ilha de Reunião está a enfrentar um surto de violência como não se conhecia há quase trinta anos.

“A evolução do movimento é intolerável: bloqueios durante o dia são transformados em violência urbana à noite”, disse na terça-feira à noite a ministra do Ultramar, Annick Girardin, citando a violência cometida por “jovens que não têm nada a ver com ‘coletes amarelos'”.

Às 12:00 (08:00 em Lisboa) de hoje foram erguidos 25 bloqueios nas estradas da Reunião, de acordo com a Direção Regional de Estradas de Rodagem (DRR).

As estações de serviço da ilha estão a começar a sofrer com os bloqueios: a maioria está com falta de gás, alguns começaram a racionar gasolina e diesel (não mais de 20 euros por pessoa).

Escolas e universidades permanecem fechadas na quarta-feira e algumas jurisdições e serviços públicos estão parados.

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