A mediática promoção de ontem do Pingo Doce foi criticada pelo Partido Ecologista ‘Os Verdes’, que através da deputada Heloísa Apolónia considerou que a decisão de fazer um desconto no 1.º de maio é uma “afronta macabra”, de um grupo económico que “explora tudo o que vê à frente”, sem “escrúpulos”.
Na Assembleia da República a deputada Heloísa Apolónia classificou que a promoção do Pingo Doce, ontem – 50 por cento de desconto em compras de valor superior a 100 euros – é “macabra em várias vertentes”.
“O Pingo Doce decidiu, no 1.º de maio, levar a cabo uma campanha de 50 por de desconto para compras de valor superior a 100 euros. O resultado preocupante dessa campanha em muitos consumidores foi visível e deve estabelecer-se a necessária ligação do seu comportamento às graves carências económicas de muitas famílias, vendo a sua vida devastada por políticas tão nefastas que o Governo tem tomado”, realça a deputada de ‘Os Verdes’.
Numa declaração política, a deputada ecologista acusa a cadeia Pingo Doce de desrespeitar o valor do 1.º de maio, “como dia de luta pela dignificação do trabalho”, e de “explorar os trabalhadores, consumidores, produtores e pequeno comércio”, revelando que “não tem escrúpulos na sua tentativa de obtenção de lucros”.
“O Pingo Doce explorou os trabalhadores, explorou os consumidores, explora os produtores, explora o pequeno comércio. Explora tudo o que vê à frente, não mostrando quaisquer escrúpulos”, referiu Heloísa Apolónia, que considerou que aquela cadeia “mostrou uma face do mercado selvagem”.
Heloísa Apolónia defendeu que “há limites para as estratégias empresariais” e que “o poder político não pode ficar sereno face a este tipo de comportamentos”. Por outro lado, a deputada quer que este episódio sirva para a criação de uma nova lei.
“O PEV pretende que este caso da promoção do Pingo Doce conduza à apresentação de uma iniciativa legislativa que, pelo menos, obrigue ao encerramento das grandes superfícies no 1.º de maio”, sustenta a deputada do PEV.
A deputada lembrou ainda que o PEV apresentou um projeto de lei que previa o encerramento das grandes superfícies aos domingos e feriados, com benefício para os trabalhadores e para o pequeno comércio, sendo que esse um projeto foi chumbado pela maioria.
