Dezenas de professores concentraram-se hoje em Lisboa frente à Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares (DGEstE), onde preencheram os requerimentos que depois entregaram para pedir a negociação da pré-reforma, que cerca de 50 mil professores estão em condições de requerer.
Pelas 15:00 da tarde em frente às instalações da DGEstE estavam pouco mais de uma dezena de professores, que numa mesa ali instalada para o efeito, iam preenchendo os requerimentos-tipo preparados pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof) para dar início nesta direção do Ministério da Educação ao processo de negociação das condições de pré-reforma.
“Este é o ato simbólico de arranque. A partir de amanhã em todas as escolas o apelo é que todos os professores que têm 55 ou mais anos de idade façam esse apelo aos diretores. As pessoas estão cansadas, estão envelhecidas e sobretudo estão fartas de serem governadas por quem tão mal as trata e, portanto, querem ir embora”, resumiu o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, que acompanhou a iniciativa de Lisboa, mas que foi replicada nas delegações regionais da DGEstE do Porto, Coimbra, Évora, Faro e Funchal.
Mário Nogueira disse que serão cerca de 50 mil os professores com 55 anos ou mais em condições de pedir a pré-reforma, mas, até agora, todos os que tentaram fazer esse pedido junto das direções das suas escolas obtiveram como resposta que não há resposta para lhes dar.
“O Ministério da Educação já disse que não há professores interessados na pré-reforma, porque não tem ninguém a pedir isso. Isto é mentira”, disse Mário Nogueira.
Depois de em fevereiro ter entrado em vigor o diploma que permite a pré-reforma no setor público a partir dos 55 anos, em relação ao qual o Governo veio depois dizer que só seria aplicado em condições muito excecionais, os professores querem agora que os serviços do Ministério da Educação prestem esclarecimentos sobre a forma de requerer a aplicação do regime de pré-reforma, a negociação e aspetos relativos à vigência do diploma em questão.
Depois de uma declaração aos professores ali presentes, que focou o envelhecimento da classe docente, com a maioria dos professores com idades acima dos 40 anos, sendo menos de 1 por cento os que têm menos de 30 anos, o líder da Fenprof acompanhou os professores aos serviços da DGEstE, onde tiraram uma senha e ficaram a aguardar vez para entregar o requerimento.