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Professores “destruíram o ensino” em “décadas de borga”

Envolvido em polémica após uma intervenção no programa ‘O Último Apaga a Luz’, da RTP3, o escritor Rodrigo Moita de Deus volta à carga, com uma carta aberta aos professores, onde, uma vez mais, os culpa pelos problemas da educação em Portugal. “Este é o vosso legado. Um ensino público falido, decadente e descredibilizado. Bonito serviço. Destruíram a escola pública”, escreve, qualificando a greve dos docentes como “uma marcha dos marretas”.

Num longo texto publicado no Facebook, Moita de Deus, mais do que reiterar as suas palavras, reforça-as, escrevendo que “não são uma opinião”.

O escritor aponta o dedo aos professores: defende que são eles os únicos culpados dos maus resultados dos alunos nas escolas.

“Os resultados dos alunos nas escolas públicas são miseráveis. Ponto. E a responsabilidade pelos resultados é sempre de qualquer outra coisa, de qualquer outra entidade. Dos livros, das condições, da carreira, do número de funcionários não docentes, dos pais, do ministério, das colocações e dos telemóveis. A responsabilidade é dos outros nunca é dos responsáveis. E esses são os professores”, escreve.

Rodrigo Moita de Deus elenca as diversas medidas tomadas em prol da escola pública. “E os resultados continuaram os mesmos. Ou pioraram”, escreve.

“E o que deveria ser um sinal de alerta para a falta de qualidade do ensino tornou-se num complemento salarial. Toleraram e regulamentaram o absentismo tornado aceitável que um professor falhe com o seu dever. Banalizaram os trabalhos de casa na tentativa de responsabilizar os pais pelos resultados dos alunos e até celebraram as greves como um grande feito”, insiste, qualificando essa greve como um mal provocado aos alunos.

“Todos os dias milhares de pais confiam-vos os filhos. Todos os dias milhares de portugueses confiam-vos o dinheiro do seu trabalho. E como é que nos retribuem? Com uma briosa e profissional greve ou mais uma marcha de marretas pela Avenida da Liberdade”.

Depois, entra na crítica ao “corporativismo”, convidando os professores a “pensarem fora da vossa caixa reivindicativa”.

Compara a saúde com a educação, defendendo a primeira. E é duro no seu diagnóstico.

“Em três décadas de borga, reivindicações egoístas e serviços prestados à CGTP este é o vosso legado. Um ensino público falido, decadente e descredibilizado. Bonito serviço. Destruíram a escola pública”, acusa.

O fundador do conhecido blogue ’31 da Armada’ iliba os Governos. Acusa os professores, repete as acusações, sempre com o dedo em riste.

“Ser professor não é uma profissão. É uma vocação. Mas vocês conseguiram. Conseguiram transformar a vocação em funcionalismo. Funcionalismo com salários e privilégios acima da média da função pública. E ainda assim passam a vida a queixar-se”.

Rodrigo Moita de Deus termina o texto a reagir às “generosas promessas de galhetas” que recebeu, nos últimos dias, depois da sua participação no mais recente ‘O Último Apaga a Luz’.

Refira-se que este post gerou enorme indignação na classe docente.

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