Nas Notícias

Professores chineses participam em curso de verão em português em Macau

A criação de uma base curricular mais forte é o objetivo do curso de “Verão em Português no Instituto Politécnico de Macau” para professores de português no interior da China, que arrancou hoje.

Nesta edição do curso participam 24 professores de 17 universidades chinesas e “21 dos professores são chineses”, disse o diretor do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa (CPCLP) do Instituto Politécnico de Macau (IPM), Carlos Ascenso André, à margem da sessão de abertura do curso.

A novidade do curso deste ano é que será certificado pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua.

Em meados de abril, o Presidente do Camões, Luís Faro Ramos, esteve em Macau e assinou um protocolo com o IPM que visa a certificação, com a chancela do instituto Camões, de cursos de professores de língua portuguesa, ministrados pelo IPM e organizados pelo CPCLP.

O Camões – Instituto da Cooperação e da Língua é um instituto público tutelado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) que tem por missão propor e executar a política de cooperação portuguesa e a política de ensino e divulgação da língua e cultura portuguesas no estrangeiro.

“Todas as nossas formações, a partir de agora, inserem-se num quadro certificado pelo Camões” explicou Carlos Ascenso André.

Por esta razão, o curso de verão “cria uma base curricular mais forte do ponto de vista dos conhecimentos” e dá mais garantias aos formandos, já que vão ser certificados “por uma entidade que não é da China”, argumentou.

O diretor do CPCLP adiantou ainda que até ao final de 2018, vai apresentar “entre seis e oito” novos manuais escolares, incluindo de fonética e fonologia, bem como um de vocabulário e gramática de desvios, resultante de um estudo feito com professores chineses sobre as principais dificuldades que os chineses têm com a gramática portuguesa.

“A grande novidade é que todos os nossos livros vão passar a ser dinâmicos”, disse Carlos Ascenso André, já que as matérias vão ser colocadas ‘online’ e, por isso, sempre em transformação.

“Nós não conseguimos exportar os livros para o interior da China e assim está tudo disponível sempre”, defendeu.

Estas e outras medidas por parte CPLCP são, na opinião de Carlos Ascenso André, fundamentais para que o centro continue a “fazer a ponte entre as universidades chinesas e o mundo de língua portuguesa”.

“Estes professores já atingiram um tipo de qualificação muito elevado e, ou nós somos capazes de ser parceiros, ou se pensamos que continuamos a ser instrumentos podemos ser perfeitamente descartáveis”, advertiu o diretor.

Para que Macau não passe a ter um papel secundário no apoio do português e ao nível do ensino “temos de ser capazes de enfrentar uma nova realidade daqui a cinco ou seis anos”, considerou.

“E não me digam que eles [chineses] não são capazes porque eu conheço o mundo dos estudos de língua portuguesa e os melhores em todo o mundo, nas últimas décadas não eram portugueses, eram franceses, italianos, americanos, alemães ou ingleses e portanto não vamos imaginar que os estrangeiros não são capazes de saber tanto de nós como nós. São capazes de saber mais do que nós”, concluiu Carlos Ascenso André.

Em destaque

Subir