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Professor do “Homossexual não é indicado para vigilante num internato de rapazes” explica-se

António Menezes Cordeiro, o professor catedrático de Direito que se tornou viral pelas afirmações polémicas no livro ‘Direito do Trabalho I’, concedeu uma entrevista para explicar que as declarações mais controversas foram “retiradas do contexto”.

A polémica rebentou quando o blogue Coisas do Género, uma plataforma “de reflexão e intervenção sobre género e sexualidade”, partilhou um excerto da obra, divulgando opiniões polémicas como “uma recém-casada não pode ser contratada como modelo” e “um alcoólico fica mal num bar”.

Há uma citação em particular a alimentar a polémica.

Um homossexual não será a pessoa indicada para vigilante noturno num internato de jovens rapazes“, escreveu.

Declarações que “foram retiradas do contexto”, explicou agora António Menezes Cordeiro, em entrevista ao Diário de Notícias.

“Em todo o livro, defendo que ninguém deve ser discriminado em função da sua inclinação sexual, está na Constituição e já antes o defendia”, frisou.

“Acho que os homossexuais são pessoas como quaisquer outras.Tenho bons amigos homossexuais, dos quais gosto muito, não tenho nenhum problema com a sua inclinação sexual”, reforçou.

O catedrático de Direito sustentou que as frases polémicas visam simplificar os artigos do Código do Trabalho associados à não-discriminação.

“Não estou a dizer que [um homossexual] não possa ser contratado [para vigilante num internato de rapazes], existe uma razão objetiva para não o ser”, reforçou.

Neste caso concreto, seria “para defesa dele e da empresa e para defesa dos miúdos”, insistiu, frisando que “um heterossexual a vigiar um internato de raparigas também não é adequado”.

“Não é adequado, não é discriminatório, não é proibido, mas não é adequado”, concluiu: “Se ele [o homossexual] não fosse contratado, não era discriminação”.

Assim acontece com os seguranças nos aeroportos, “as senhoras revistam as senhoras e os cavalheiros revistam os cavalheiros”, reforçou.

‘Direito do Trabalho I’ tem “mais de mil páginas” e incide “na defesa da igualdade dos trabalhadores e na execução da não-discriminação particularmente contra as mulheres e contra os trabalhadores que tenham necessidades especiais”, salientou o professor catedrático.

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