Economia

Produção elétrica renovável ultrapassou necessidades de consumo em março

A produção elétrica de origem renovável ultrapassou pela primeira vez, em março, as necessidades de consumo de eletricidade em Portugal Continental, anunciou hoje a APREN – Associação Portuguesa de Energias Renováveis.

Segundo o boletim da APREN relativo ao primeiro trimestre, as fontes de energia renováveis contribuíram com 62 por cento ou 9.382 Giga Watts por hora (GWh) da produção elétrica de Portugal Continental entre janeiro e março (15.098 GWh).

“O primeiro trimestre de 2018 ficou marcado pelo registo do mês de março em que pela primeira vez a produção elétrica de origem renovável ultrapassou as necessidades de consumo de Portugal Continental”, diz a associação.

Segundo o boletim, em janeiro e fevereiro verificou-se um equilíbrio entre as fontes fósseis e renováveis, no abastecimento das necessidades elétricas nacionais, mas em março registou-se “uma predominância das fontes renováveis”.

Em março as fontes renováveis alcançaram “uma representatividade histórica de 103,6 por cento do consumo elétrico de Portugal Continental (4.647 GWh)”, anuncia a APREN. Neste período destaca-se a contribuição das centrais hídricas e eólicas que foram responsáveis por 55 por cento e 42 por cento das necessidades de consumo, respetivamente.

Os resultados permitiram reduzir em 10 por cento o preço da eletricidade no mercado grossista, cujo preço médio diário foi de 48,8 euros por megawatts por hora (MWh), obter um saldo exportador de eletricidade de 878 GWh e evitar a emissão de 1,8 milhões de toneladas de emissões de CO2, o que se refletiu na poupança de 21 milhões de euros na aquisição de licenças de emissão.

No primeiro trimestre, a tecnologia que mais eletricidade gerou foi a eólica (29,6 por cento) seguida da hídrica (26,8 por cento). O mês de março, que segundo a associação foi o segundo mais chuvoso desde 1931, “contribuiu para terminar a situação de seca meteorológica que se verificava em Portugal desde abril de 2017”.

O mês de março destacou-se não só pelo aumento da produção renovável, mas também por uma subida de perto de 10 por cento do consumo elétrico face ao mesmo período do ano anterior devido, em parte, “às condições atmosféricas mais severas pois a temperatura ficou muito abaixo da média histórica”.

Porém, mesmo corrigindo o valor pelo efeito da temperatura e de dias úteis, verifica-se um crescimento do consumo de 6,6 por cento, segundo a REN, diz a associação, que justifica a evolução com o ciclo de maior atividade económica em Portugal.

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