Economia

Produção da OPEP cai mais de meio milhão de barris por dia em março

A produção de petróleo da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) caiu em março mais de meio milhão de barris por dia devido sobretudo a fortes reduções do fornecimento da Arábia Saudita, Venezuela e Iraque, foi hoje anunciado.

No relatório mensal da OPEP sobre a evolução do mercado petrolífero, a organização revela, com base em “fontes secundárias”, que o fornecimento dos 14 sócios da organização totalizou em março 30,02 milhões de barris por dia, menos 534 mil barris por dia do que em fevereiro.

Riad e Bagdad reduziram as extrações em março para 9,70 milhões de barris por dia e 4,5 milhões de barris por dia, menos, respetivamente, 324 mil barris por dia e 126 mil barris por dia do que em fevereiro, enquanto a produção da Venezuela caiu para 732 mil barris por dia, traduzindo um decréscimo de 289 mil barris por dia.

O ‘gigante’ saudita mostra assim a sua determinação em apoiar as cotações do petróleo, quando a OPEP e os aliados, incluindo a Rússia, assinaram um acordo de limitação voluntária da produção, em vigor até junho.

O efeito deste acordo nos preços do petróleo foi radical, tendo feito com que estes disparassem no primeiro trimestre como já não acontecia há 14 anos e que o barril de Brent do Mar do Norte subisse para valores acima dos 70 dólares recentemente.

Em março, o preço médio do barril de referência da OPEP subiu até 66,37 dólares, mais 4 por cento do que em média em fevereiro, enquanto o petróleo Brent na Europa e o WTI nos Estados Unidos avançaram 3,3 por cento e 5,8 por cento, para cerca de 66,08 dólares e 58,16 dólares por barril.

Em abril, tanto o preço do barril de Brent como o da OPEP já ultrapassaram a barreira dos 70 dólares.

A OPEP acordou com os aliados um corte da oferta de petróleo, que entrou em vigor em 01 de janeiro, que previa a retirada do mercado de 812 mil barris por dia de 11 do 14 sócios, porque Venezuela, Irão e Líbia foram excluídos do acordo.

Os analistas da OPEP reconhecem no relatório que tanto “o compromisso” dos produtores “para restaurar a estabilidade do mercado mundial de petróleo”, como as “incertezas sobre os fornecimentos futuros de diversas regiões” contribuíram para a subida dos preços do denominado “ouro negro”.

Em relação à Venezuela, que tem as maiores reservas mundiais de petróleo, a produção tem recuado devido nomeadamente ao subinvestimento em infraestruturas.

Contudo, a OPEP estima que a ausência de barris dos seus países membros será compensada pela produção rival, que deverá aumentar este ano em 2,18 milhões de barris por dia para totalizar 64,54 milhões de barris por dia, graças sobretudo aos Estados Unidos, onde se prevê um aumento de 11,22 por cento, para 18,53 milhões de barris por dia.

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