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Procurador-geral da Venezuela reitera que líder opositor se suicidou

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, reforçou hoje a informação das autoridades de que o líder opositor Fernando Albán cometeu suicídio, após a oposição acusar o regime de o ter assassinado.

De acordo com Saab, que falou à televisão estatal VTV, “o cidadão pediu para ir à casa de banho e, uma vez lá, atirou-se do décimo andar” da sede dos serviços de informação venezuelanos.

O procurador-geral anunciou que haverá uma “investigação completa”.

O ministro do Interior e da Justiça, Nestor Reverol, disse que Fernando Albán cometeu suicídio quando ia ser transferido para o tribunal, referindo ainda que o opositor estava “envolvido em atos de desestabilização dirigidos do estrangeiro”.

Na segunda-feira à noite, dezenas de pessoas participaram numa vigília com velas em frente à sede dos serviços secretos (Sebin) enquanto gritavam, sob a vigilância de polícias que os cercavam: “não é um suicídio é um homicídio”.

O partido da oposição venezuelano Primeiro Justiça (PJ), do vereador Fernando Albán, assegurou hoje que o político foi “assassinado às mãos do regime de Nicolás Maduro”, recusando aceitar a tese de suicídio.

“Com profunda dor e sede de justiça dirigimo-nos ao povo da Venezuela, especialmente aos justiceiros de todo o país, para informar que o vereador Fernando Albán morreu assassinado às mãos do regime de Nicolás Maduro no SEBIN (Serviços Secretos) da Plaza Venezuela”, disse o partido num breve comunicado.

A reação surge depois de o Ministério Público informar que Albán, detido na sexta-feira por estar supostamente envolvido no atentado contra o presidente Nicolás Maduro, se suicidou lançando-se do décimo andar de um edifício da polícia quando ia ser transferido para o tribunal.

No comunicado, o partido indicou que Albán “era um homem forte e de profundos valores cristãos”, e acusou o procurador Tarek Saab de ser um “reconhecido verdugo da ditadura”.

“Exigimos a verdade das coisas e declaramos que esta dolorosa situação demonstra o pior da ditadura: um sistema de morte que penetra na consciência de quem defende a liberdade na Venezuela”, adiantou o partido, que também pede justiça.

Albán era vereador no município de Libertador, na capital venezuelana, Caracas, sede de todos os poderes públicos e território considerado bastião do chavismo governante.

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