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Procissão trágica: Condutor arguido e padre com sentimento de culpa

Condutor constituído arguido, depois de atropelar dezenas de fiéis que participavam numa procissão, em Vila Chã do Marão (Amarante), tendo provocado três mortos. Seguia em excesso de velocidade e foi surpreendido com a marcha lenta dos fiéis. O padre da freguesia está de cama, a recuperar de traumas psicológicos. Um dos feridos permanece em estado grave, no Hospital de São João.

O acidente ocorreu ontem, quando na pacata freguesia de Vila Chã do Marão, em Amarante, um condutor se despistou e atropelou várias pessoas que participavam numa procissão. Segundo relatos, o carro seguia em excesso de velocidade, sendo que o condutor foi surpreendido com o bloqueio na estrada.

Tentou evitar o choque, mas não conseguiu, provocando três mortos e vários feridos. Um dos quais permanece internado no Hospital de São João, no Porto, em estado grave. Outras duas mulheres que foram transferidas de uma unidade de Penafiel para o hospital portuense estão livres de perigo.

O condutor, que reside na freguesia, foi constituído arguido. Segundo relatos de testemunhas à Lusa, o rapaz tinha a fama de ser irresponsável ao volante. Os fiéis seguiam na estrada e alguns carros abrandaram a velocidade, ligando as luzes de marcha lenta.

O responsável pelo acidente não teve oportunidade de adotar a mesma postura cuidada, devido ao excesso de velocidade, e foi surpreendido. Ainda tentou travar o veículo, mas não conseguiu e varreu os fiéis que seguiam na procissão – que se realiza todos os anos, sem qualquer incidente.

O pânico foi imediato. Após o acidente, a rua foi fechada ao trânsito, para que se prestassem os primeiros socorros às vítimas. Alguns populares criticaram o facto de a via não ter sido encerrada durante o decurso da procissão. Estas críticas terão gerado um sentimento de culpa no pároco.

O padre, que está na freguesia há 40 anos, apesar de inocente, está a recuperar de problemas psicológicos, por se sentir culpado pelo trágico acidente, como organizador da procissão. Neste ano, pela primeira vez, esta procissão (que costuma decorrer no verão) organizou-se na Páscoa.

Os funerais estão marcados para terça-feira ou quarta-feira, uma vez que haverá necessidade de se proceder a autópsias, segundo noticia a Lusa.

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