Todos os profissionais de saúde que estejam privados do sono correm maiores riscos de cometerem erros na sua prática clínica, avisa a Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono. Nesse sentido, esta associação considera que são necessárias “medidas preventivas”. Em declarações à Lusa, o presidente Miguel Meira Cruz.
Os profissionais de saúde que exercem a sua atividade privados do sono estão mais sujeitos a erros clínicos potencialmente fatais para os doentes, pelo que a Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono (APCMS) escolheu esta temática para o assinalar o Dia Mundial do Sono, que se celebra a 14 de março.
Há um excesso de horas de trabalho, sendo que a prática clínica pode ficar afetada, com prejuízos para os pacientes. Assim, a APCMS salienta a necessidade de se definirem estratégias de prevenção.
Em declarações à agência Lusa, Miguel Meira Cruz, presidente daquela associação, diz que este assunto deve “merecer uma atenção especial”, por parte da Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono.
“É comum os médicos e enfermeiros cumprirem dois ou três turnos seguidos. Isso é penalizador, quer para a função, quer para comportamentos e aspetos cognitivos que são necessários para ter uma atividade adequada”, salientou.
Nesse sentido, a 14 de março, Dia Mundial do Sono, esta problemática será debatida e constituirá o tema da celebração, por parte da APCMS, com a finalidade de “chamar a atenção da população e dos profissionais de saúde” para os “efeitos nocivos da privação do sono” e para a necessidade de dormir as horas necessárias para o cumprimento destas funções exigentes.
Meira Cruz, que é também investigador do Laboratório de Função Autonómica Cardiovascular da Faculdade de Medicina de Lisboa, defende a tomada de algumas medidas, entre as quais a adoção do hábito de uma sesta, sobretudo quando não é possível adequar o horário laboral ao horário biológico.
A finalidade é a prevenção do erro e o melhor desempenho por parte de profissionais de saúde que não podem exercer funções sem as horas de sono necessárias, sob pena de a sua prática clínica ser afetada.