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Primeiras legislativas no Líbano em quase uma década estreiam nova lei eleitoral

Cerca de 3,6 milhões de eleitores libaneses são chamados às urnas no domingo para as primeiras eleições legislativas em quase uma década e nas quais se estreia uma nova lei eleitoral.

As últimas eleições ocorreram em 2009 e o mandato dos deputados deveria ter terminado em 2013, tendo sido aprovadas várias extensões do mesmo, evocando-se questões de segurança relacionadas com a guerra na vizinha Síria.

O sistema político libanês distribui o poder entre as diferentes comunidades religiosas do país e os principais partidos são liderados por dinastias políticas.

Os libaneses vão escolher de entre 583 candidatos, distribuídos por 77 listas, os ocupantes dos 128 lugares no parlamento (que deve ter igual número de cristãos e muçulmanos) e de acordo com a legislação aprovada em 2017, que reduziu o número de circunscrições e introduziu o escrutínio proporcional.

As eleições legislativas deverão completar um processo de estabilização num país que esteve mais de dois anos sem Presidente (de 2014 a 2016) e cujo governo se desmoronou duas vezes na última década (em 2011 e 2013).

A principal competição será entre duas coligações, uma liderada pelo movimento xiita Hezbollah (apoiado pelo Irão) e a outra pelo primeiro-ministro, Saad Hariri, um aliado do Ocidente e que possui também cidadania saudita.

Apesar da rivalidade, o Movimento Futuro, de Hariri, e o Hezbollah são parceiros no governo de unidade nacional e provavelmente integrarão o executivo formado após as próximas eleições.

No entanto, vários especialistas chamaram a atenção para o facto de a nova lei eleitoral poder esbater a bipolaridade da paisagem política e há quem admita a possibilidade de alguns partidos independentes ou minoritários conseguirem conquistar um lugar no parlamento.

Nestas eleições, também pela primeira vez, a vasta diáspora libanesa pode votar. Segundo a agência noticiosa estatal libanesa, registaram-se 82.970 eleitores e a votação decorreu nos dias 27 e 29 de abril em 39 países.

A Austrália conta com o maior número de eleitores registados, cerca de 12.000, seguida do Canadá, perto de 11.500, e dos Estados Unidos, à volta de 10.000.

À instabilidade política acresce a difícil situação económica do Líbano, que se agravou com a guerra na Síria e com a chegada de milhão e meio de refugiados desse país, segundo as autoridades libaneses, que levaram ao limite as infraestruturas e o obrigaram a pedir ajuda internacional.

O Banco Mundial calcula no seu último relatório que o crescimento do Líbano este ano será inferior a 2,2 por cento, cerca de um ponto percentual a menos que o da região do Médio Oriente e do Norte de África.

Para garantir a segurança das eleições serão destacados no domingo em todo o país entre 20.000 e 30.000 militares, anunciou o ministro do Interior, Nouhad Machnouk.

Segundo o jornal libanês L’Orient le Jour, os resultados do escrutínio serão anunciados oficialmente na segunda-feira.

Lusa

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Lusa
Etiquetas: ÁsiaLíbano

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