Uma britânica tornou-se na primeira pessoa a atravessar a Antártida, um feito sem par na história mundial que, no entanto, não foi reconhecido pelo Guiness. Divulgar esta aventura de Felicity Aston é a homenagem mínima que pode ser feita a uma meteorologista de 34 anos, que percorreu 1744 infindáveis quilómetros, ao gelo, durante 59 dias. As conversas com o sol ajudaram-na a combater a solidão, que dói mais do que o frio…
Chama-se Felicity Aston e o seu nome traduzido bem pode expressar a felicidade que atravessa esta meteorologista britânica. Esse sentimento aquece Felicity, depois de uma travessia na Antártica, ao gelo, durante 59 dias.
Facto digno de registo por diversos motivos, até porque Felicity se tornou na primeira pessoa do mundo a trespassar a Antártida, na imensidão dos 1744 quilómetros, a uma média de 29,5 quilómetros por dia.
Em declarações ao jornal ‘The Guardian’, a mulher exploradora revelou que se tratou de uma viagem “extremamente difícil em termos físicos”, mas “ainda mais dura mentalmente”. O frio e o cansaço destroçaram o corpo, a solidão pôs a alma à prova.
“Recorda-se de um dia em que não tenha visto ninguém?”, questionou a britânica à jornalista daquela publicação britânica. “A solidão parece algo fácil de enfrentar. Eu passei semanas sem contacto com outras pessoas”, acrescenta.
Mas Felicity Aston atingiu os seus objetivos, numa história com final feliz. Faltou a cereja no topo do bolo: o reconhecimento do livro dos recordes mundiais, que não se verificou… O Guiness Book guardou esta expedição inédita num congelador.
Depois do regresso, expressou no Twitter alguns dos seus sentimentos. “Tenho de me lembrar que já não estou sozinha. Já não tenho de fazer xixi na rua, já não tenho de falar com o sol, já não tenho ranho no nariz, a escorrer pelo meu rosto”, escreveu Felicity Aston.
