Economia

“Pressupostos do empréstimo da troika acabarão por ser reajustados”, prevê Catroga

eduardo_catrogaEduardo Catroga, ex-ministro das Finanças, sustenta que as condições exigidas pela troika devem ser adaptadas à realidade, porque o cenário económico que Portugal enfrenta é diferente. “A troika tem que verificar se os pressupostos que assumiu há um ano continuam válidos”, defendeu Catroga, em Lisboa, que acredita que esse cenário será uma fatalidade.

Nem mais um dia, nem mais um cêntimo. Eduardo Catroga, que participou nas negociações com a troika, considera que Portugal não deve renegociar os prazos acordados, ou qualquer empréstimo adicional.

De acordo com o ex-ministro das Finanças, a troika tem, por sua iniciativa, de perceber que as condições em que estabeleceu o memorando de entendimento são diferentes das atuais e adaptar o acordo a estas mesmas circunstâncias.

“Portugal não deve pedir nem mais tempo, ou mais dinheiro. Mas a troika deve que alguns pressupostos têm que ser reajustados”, sustentou Eduardo Catroga, que participava num debate, em Lisboa, levado a cabo pelo Internacional Club of Portugal.

Eduardo Catroga não concorda com os avisos de António José Seguro, secretário-geral do PS, e traça um único caminho. “A Portugal resta cumprir”, sustenta o social-democrata, ainda que alguns pormenores do acordo necessitem de ser “reajustados”.

“A troika tem de reavaliar os pressupostos que a troika assumiu como bons continuam válidos. Mais tarde ou mais cedo esses pressupostos acabarão por ser reajustados”, defendeu ainda o Conselho Geral e de Supervisão da EDP.

Nesta relação com a troika, Catroga sustenta que Portugal “deve ser bom aluno”, mas um aluno “refilão”, que “ponha em causa os professores, porque os professores também devem ser postos em causa”.

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