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Presidente são-tomense quer que “protagonistas” das barricadas nas estradas sejam punidos

O Presidente são-tomense instou hoje as autoridades a “melhorar a vigilância e prevenção” e a “identificar e responsabilizar judicialmente os protagonistas” das barricadas e incêndios que têm ocorrido nos últimos dias como protesto à falta de energia.

“Nada pode justificar, nem mesmo a ocorrência de falhas lamentáveis no fornecimento de energia elétrica, que se queira provocar o caos e a desordem no país, passando por cima da lei, erguendo barricadas nas estradas, queimando pneus, cortando vias de acesso, impedindo a liberdade de circulação dos cidadãos, proferindo ameaças graves contra uns e outros, instigando a violência, a xenofobia, até mesmo o ódio contra determinados cidadãos”, disse Evaristo Carvalho, numa mensagem hoje dirigida à nação.

Nos últimos dias, populares de várias localidades do país têm bloqueado vias públicas, erguendo barricadas e queimando pneus, em protesto contra a falta de energia elétrica.

“O país e as suas instituições democráticas estão a funcionar normalmente, e como garante da regularidade do funcionamento do Estado e defensor último da Constituição, tomarei todas as medidas necessárias no sentido do respeito do Estado de direito, da garantia dos direitos e liberdade dos cidadãos, da proteção das pessoas e bens e da salvaguarda da estabilidade política, segurança e paz social”, declarou o Presidente de São Tomé e Príncipe.

Na segunda-feira, forças militares e paramilitares foram enviadas para as localidades onde populares ergueram barricadas para desobstruírem as estradas.

“Nós apelamos a pessoas envolvidas nestas atividades para pararem e adotarem um comportamento de maior civismo. Estamos a fazer trabalhos de limpeza, deixando as vias de circulação limpas e é do nosso interesse que elas se mantenham limpas e transitáveis”, advertiu, na ocasião, o subcomissário da polícia, Isaque Penhor.

Uma advertência, entretanto, desobedecida por cidadãos de São Marcos, periferia da capital, onde na noite de terça-feira, foram erguidas novas barricadas, mesmo depois de o ministro das Infraestruturas, Recursos Naturais e Ambiente, Carlos Vila Nova, ter pedido “compreensão” da população face aos cortes sucessivos e prolongados de energia elétrica, que se agravaram na última semana e que afetam praticamente metade da ilha de São Tomé.

“Isso não é são-tomense, não podemos tolerar essas práticas no nosso país”, disse o chefe de Estado, que apelou aos dirigentes das formações políticas e das organizações da sociedade civil para que se abstenham de “declarações e iniciativas que possam concorrer para o agravamento do clima de alguma tensão atualmente existente”.

O Presidente são-tomense considera que essas práticas “em nada contribuem para a boa convivência democrática, reforço da cidadania, coesão nacional, estabilidade política e paz social, indispensáveis ao processo de desenvolvimento e progresso do país”.

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