O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, afirmou hoje em Maputo que o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional mostra que o país não quer mais a guerra e que “a política venceu o abismo da violência”.
“Com este acordo, estamos a dizer que poderemos entrar em desacordo, como é comum numa família, mas que, sempre, entraremos em diálogo para dirimir as nossas diferenças”, afirmou Filipe Nysui, após assinar o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional com o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade.
O entendimento traduz a convicção dos moçambicanos de que não há razão para continuarem a matar-se e que o diálogo é a melhor via para a resolução dos diferendos, acrescentou.
“A paz efetiva implica a eliminação dos fatores que alimentam os conflitos e a satisfação das necessidades de todos”, assinalou Filipe Nysui.
A construção da paz duradoura requer respeito pelo primado da lei e a necessidade de os cidadãos, partidos políticos e outras forças da sociedade desenvolverem as suas atividades sem recurso à violência, prosseguiu.
O Presidente moçambicano defendeu que as divergências em torno dos processos eleitorais, que estiveram na origem da violência armada, não devem, no futuro, ser razão para mais instabilidade.
“Nunca Moçambique tem que ser teatro de guerra, nunca os resultados das eleições devem ditar o estado da paz em Moçambique”, frisou.
O chefe de Estado defendeu o imperativo do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado da Renamo visando eliminar novos focos de instabilidade.
O Acordo de Paz e Reconciliação Nacional hoje assinado é o terceiro entendimento entre as duas partes, uma vez que, além do Acordo Geral de Paz de 1992, que acabou com uma guerra civil de 16 anos, foi assinado em 05 de setembro de 2014 o acordo de cessação das hostilidades militares, que terminou, formalmente, com meses de confrontação na sequência de diferendos sobre a lei eleitoral.
Após a assinatura do acordo de 2014, o braço armado da Renamo e as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas voltaram a envolver-se em confrontos, na sequência da recusa do principal partido da oposição em reconhecer os resultados das eleições gerais de 2014.
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